HISTÓRIA E FILOSOFIA

terça-feira, 29 de março de 2011

EUA : PROBLEMAS POLÍTICOS AS VEZES RESOLVEMOS À BALA


     Parece que nos EUA quando se trata de problemas políticos as vezes são resolvidos à bala mesmo. Isso pelo menos é demonstrado na história já que essa nos fornece uma certa "estatística". Vejamos os casos:
     Abraham Lincoln (1809-1865) - Na noite de 14 de Abril de 1865, uma 6.ª feira Santa, o ator John Wilkes Booth, defensor da escravatura e com ligações fortes ao Sul, membro de uma família famosa de atores, matou Lincoln no Teatro Ford, em Washington. Motivo: defender a manutenção do statu-quo, isto é, a manutenção da escravatura nos estados em que ela existia, e a proibição da sua expansão para outros estados; a posição de Lincoln tornou-se, no fim da guerra, abertamente abolicionista.

      James Garfield (1831-1881) - Em 2 de julho de 1881, em uma estação de trem de Washington, um advogado amargurado que buscava um cargo consular atirou no presidente. Mortalmente ferido, Garfield permaneceu na Casa Branca por semanas. Alexander Graham Bell, o inventor do telefone, tentou sem sucesso encontrar a bala com uma dispositivo indutor elétrico que projetou. Em 6 de setembro, Garfield foi levado para o litoral de Nova Jersey. Por alguns dias ele pareceu se recuperar, mas em 19 de setembro de 1881, ele morreu devido a uma infecção e hemorragia interna.

      William Mckinley (1843-1901) - Em 06 de setembro de 1901, o anarquista Leon Czolgosz, filho de emigrantes poloneses, disparou um tiro contra o presidente  americano durante um comício em Búfalo, o qual veio a falecer dias depois.     

   Jonh Kennedy (1917-1963) - Kennedy era praticamente um ídolo nacional quando foi brutalmente assassinado em 22 de novembro de 1963. De acordo com a historiografia oficial, Kennedy foi morto pelas balas de um assassino enquanto desfilava em carro aberto por Dallas, Texas.  Ao meio-dia e meia do dia 22 de novembro de 1963, passando pela Dealey Plaza, Kennedy é atingido por dois tiros, um no pescoço (que também atinge o governador do Texas) e outro fatal na cabeça. Jackie Kennedy que estava ao seu lado, sobe em desespero na traseira do carro em movimento. Kennedy morreu em menos de trinta minutos depois do atentado. Um ex-fuzileiro naval, Lee Oswald, de 24 anos, que trabalhava num depósito de onde foram vistos os disparos, foi detido e acusado pelo homicídio de Kennedy. No dia 24, quando Oswald seria transferido para outra prisão, acabou por ser também assassinado por jack Ruby, ligado à máfia americana e portador de uma doença terminal.

      Quatro presidentes sofreram atentados: Andrew Jackson (1767-1845), Harry Thumam (1884-1972), Gerald Ford (1913-2006) e Ronald Reagan (1911-2004). Este último, no dia 30 de março de 1981. A motivação por detrás do ataque de Hinckley foi uma obsessão doentia pela atrizJodie Foster devido a erotomania. Enquanto morava em Hollywood no final da década de 1970, ele assistiu o filme Taxi Driver pelo menos umas quinze vezes, ao que parece houve uma forte identificação com a personagem principal, Travis Bickle (interpretado por Robert De Niro)[1][2]. A trama mostra os esforços de Bickle para proteger uma prostituta de 12 anos interpretada por Foster; quase no fim do filme, Bickle tenta assassinar um Senador americano que é candidato a presidente. Nos anos segunites, Hinckley persegue Foster pelo país, chegando ao ponto de matricular-se no curso de letras da Universidade Yale em 1980 quando ele ficou sabendo que ela era uma estudante daquela universidade[3]. No fim de 1980, Hinckley escreveu muitas cartas e bilhetes endereçados a Foster[4]. Ele telefonou para ela duas vezes e se recusou a desistir quando ela indicou que não estava interessada nele[2]. Convencido que sendo uma figura conhecida nacionalmente ele estaria à altura de Foster, Hinckley começou a perseguir o então presidente Jimmy Carter(essa decisão de ter um presidente como alvo foi também inspirada no filme Taxi Driver)[5]. No início de março de 1981, ele escreveu mais três ou quatro bilhetes para Foster. Ela entregou esses bilhetes para o reitor da universidade que, por sua vez, os enviou ao Departamento de Polícia de Yale, o qual seguiu as pistas deixadas por Hinckley porém não obteve êxito[6][7].

quarta-feira, 23 de março de 2011

KU KLUX KLAN - O círculo fechado de um clã




     O Fim da Guerra Civil Americana, em 1865, parecia prenunciar paz e prosperidade para os Estados Unidos. Apesar do grande número de baixas verificadas durante a guerra (aproximadamente 600 mil pessoas), a convicção dos vitoriosos nortistas em relação a seus propósitos econômicos (investimentos na ampliação do mercado interno; desenvolvimento da estrutura industrial) e a libertação dos escravos (que permitiria maior justiça social e a ampliação do mercado consumidor), pareciam ser as mudanças fundamentais para consolidar o país na condição de maior potência continental e, num segundo momento, permitir alcançar a primazia mundial.

    Não contavam os norte-americanos com uma outra "guerra" que se iniciaria em seu território. Realizada, como a anterior, por motivos raciais. Não chegaria a atingir a condição de verdadeira batalha, mas faria um enorme estrago e inúmeras vítimas. Baseava-se no incontido ódio e desprezo dos brancos sulistas pelos negros, com os quais, de acordo com as novas leis que vigoravam no país, teriam que conviver em pé de igualdade.
     Não que isso tenha se estabelecido plenamente, apesar dos esforços constantes de membros do Congresso norte-americano. Entre suas iniciativas, logo após o final da Guerra de Secessão, ainda no ano de 1865, destacou-se o surgimento de um departamento governamental chamado de "Escritório da Liberdade" (Freemans Bureau). Tinha por objetivo auxiliar os ex-escravos a conseguir emprego, educar-se e ter acesso a serviços de saúde. Chegou a gastar, apenas no seu primeiro ano de funcionamento o equivalente a U$ 17 milhões para criar 100 hospitais, 4000 escolas, fornecer alimentos e abrigo para os ex-escravos.
     Sofreram com os vetos impostos pelo presidente Andrew Johnson, em 1866, dificuldades para ampliar suas atividades. Johnson, inclusive, vetou a Lei de Direitos Civis (Civil Rights Bill) que tinha por objetivo evitar que os estados do sul aprovassem leis estaduais discriminatórias, conhecidas como Black Codes (através dessas leis, os sulistas proibiam os negros de participar de pleitos eleitorais, vetavam sua participação como jurados em tribunais, os impediam de carregar armas em lugares públicos e, além disso, restringiam seu acesso a certas profissões e trabalhos).

     Em 1866, devido às novas eleições, a quantidade de congressistas favoráveis a defesa dos direitos civis aumentou. Foi votado o Reconstruction Act através do qual, os homens negros passavam a ter direito de votar e novas eleições foram convocadas em cada um dos estados sulistas. Essas leis também incluíam o direito dos novos governadores voltarem a ter representantes no Congresso caso ratificassem a 14ª Emenda Constitucional e dessem garantias ao voto dos negros. Apesar da tentativa de veto de Andrew Johnson, a lei foi aprovada pelo Congresso.
     Como reação às medidas favoráveis a integração dos negros a sociedade sulista, surgiu em 1866 a Ku Klux Klan, no estado do Tennessee. Um ano depois a organização já havia crescido e atingia outras regiões. A maior parte dos líderes eram ex-soldados do exército sulista que haviam lutado contra a abolição na Guerra de Secessão. Já adotando, desde então, as vestes pelas quais ficariam mundialmente conhecidos, com seus rostos e corpos cobertos por lençóis brancos até o tornozelo. Iniciava-se uma história de violências e atrocidades sem igual nos registros norte-americanos. Perseguições aos negros e, posteriormente, a ampliação de seu raio de ação, com ações radicais e covardes contra outras minorias como os judeus, católicos, socialistas, comunistas, simpatizantes dos direitos civis e hispânicos.
     As primeiras ações da KKK, como passou a ser chamada, estabeleceram como prioridade combater o direito de voto dos negros (maior símbolo de acesso à cidadania e aos direitos); no desenvolvimento de suas ações, os membros da Klan contaram com o auxílio de outras instituições racistas norte-americanas, como a Irmandade Branca (White Brotherhood), os Homens da Justiça (Men of Justice), os Guardiões da União Constitucional (Constitutional Union Guards) e os Cavaleiros da Camélia Branca (Knights of White Camelia).


     
     Os ataques violentos prosseguiram com enforcamentos, incêndios em casas de negros, mortes por espancamento,...
      O governo federal norte-americano, através de investigações e leis criadas pelo Congresso e pelo presidente Ulysses S. Grant, ainda nos anos 1870, tentaram inviabilizar as ações da Ku Klux Klan. Descobriram que a organização já tinha um código de leis próprias, através das quais definia que todo o membro da Klan teria que providenciar seus próprios trajes e, no mínimo, possuir uma pistola; o governo descobriu ainda que as ações violentas ocorriam preferencialmente à noite e que as vítimas eram retiradas de suas próprias casas, arrastadas para locais pouco aprazíveis, torturadas de forma desumana e mortas com crueldade.
     O Surgimento da lei conhecida como Ku Klux Act, em 1871, deu ao presidente autonomia para intervir nos estados sulistas. Isso permitiu que a Klan fosse extinta (se não totalmente, ao menos, parcialmente) até 1915.
     O retorno da organização nos anos 1910 e, seu espetacular crescimento nos anos 1920, entretanto causaram enorme preocupação as autoridades. Foi a partir desse momento histórico específico que a Klan passou a perseguir pessoas de outras origens (inclusive estrangeiros), além dos negros. Em 1925, a KKK chegou a ter 4 milhões de filiados. E o pior de tudo, a impunidade continuava. Dificilmente um membro da Ku Klux Klan era preso ou, ainda mais raro, condenado.
     O final da década de 1920, no entanto, não foi dos mais felizes para a Klan. Abalada por escândalos envolvendo alguns de seus principais membros, relacionados a denúncias de corrupção (como o prefeito de Indianápolis); tendo sofrido a perda de seu líder máximo, preso por assassinato e, numa época de terrível crise social e econômica (em decorrência do Crack da Bolsa de Nova Iorque, em 1929), o número de "associados" da KKK baixou para 30 mil.
     
     A força do grupo retornou a partir dos anos 1950, com o crescimento a nível nacional do Movimento de Direitos Civis (Civil Rights Movement). Prevalecia no Sul do país a lógica perniciosa que dizia que os negros eram "iguais" mas que teriam que ter acesso aos direitos "separadamente". Isso significava na prática que os negros teriam acesso à educação, ao transporte público ou a saúde, desde que, em locais diferenciados em relação aos brancos. Não só separados, mas também, de qualidade inferior.
Apesar de, legalmente, terem direito de votar, os negros não se registravam como eleitores por medo das violentas reações da Klan, entre as quais, a mais comum nessa época era o linchamento.
     Somente a partir das décadas de 1970 e 1980, quando os tribunais sulistas (pressionados pela opinião pública e pelo governo federal), se dispuseram a julgar de forma imparcial os crimes cometidos pelos brancos, a Ku Klux Klan sofreu fortes abalos que fizeram com que ela, inclusive, para pagamento de indenizações, tivesse que desembolsar montantes equivalentes a 7 milhões de dólares e perdesse boa parte de seu patrimônio e sua base de sustentação e sobrevivência.

sábado, 12 de março de 2011

INFLUÊNCIAS DA FILOSOFIA ANTIGA

O olho do observador interfere no objeto observado. Só um fantasma se embrulha no seu passado,explicando a si próprio com autodefinições baseadas numa vida já vivida. Você é aquilo que escolhe ser hoje,não o que escolheu antes.
    
É bem verdade que durante muito tempo opinião era um conceito que poucos poderiam utilizar. E quando se tratava de assuntos religiosos aí é que era impossível alguém que não fosse do rol dos eclesiásticos colocar seus juízos. O tempo passou, o mundo evoluiu e as pessoas, ou seja, suas opiniões também. Só temos agora um sério problema: não existe opiniões sensatas. Hoje temos grande facilidade em colocar nossas questões para o mundo saber de uma forma rápida e para um número infinito de indivíduos. Mas nem sempre isso é feito de uma forma coerente e com assertividade que venha a causar impacto positivo nas massas. 

O truque da filosofia é começar por algo tão simples que ninguém ache digno de nota e terminar por algo tão complexo que ninguém entenda."
Bertrand Russell



Só para ratificar a exposição anterior, vejamos um caso do pensamento de um certo filósofo considerado um dos grandes  pensadores no passado que certamente tenha hoje grande influência e que tomamos suas ideias como "coisa nova". Platão (428-348a.C.) nascido na Grécia antiga e fundador da Academia uma das primeiras escolas filosóficas da Antiguidade. Segundo esse pensador, a união da alma espiritual com o corpo é extrínseca, até violenta. A alma não encontra no corpo o seu complemento, o seu instrumento adequado. Mas a alma está no corpo como num cárcere, o intelecto é impedido pelo sentido da visão das idéias, que devem ser trabalhosamente relembradas. E diga-se o mesmo da vontade a respeito das tendências. E, apenas mediante uma disciplina ascética do corpo, que o mortifica inteiramente, e mediante a morte libertadora, que desvencilha para sempre a alma do corpo, o homem realiza a sua verdadeira natureza: a contemplação intuitiva do mundo ideal. Resumindo: aqui está lançada as bases da teologia. Esse pensamento foi incorporado ao cristianismo que por sua vez difundiu-se com algumas alterações para, digamos assim, ficar bem aceito entre o povo.


Mas é certo que as pessoas tendem a aceitar qualquer opinião já produzida. Isso sempre ocorre pois é sempre mais fácil encontrar algo pronto do que produzí-lo. Hoje, mais do que nunca deveria o homem valorizar ainda mais suas opiniões e exercitar suas investigações para produzirmos algo que supere pensamentos que hoje são quase inconcebíveis.