HISTÓRIA E FILOSOFIA

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A FILOSOFIA É TERRA DE NINGUÉM

"Os filósofos são mais anatomistas que os médicos: dissecam, mas não curam."

                                                                                      (Antoine Rivarol)


Cada filósofo para ter notoriedade deve em primeiro lugar desenvolver algo original. É o que fizeram os pré-socráticos que explicavam o mundo e seus fenômenos. Mas eles explicavam não através do mito e sim pela razão ou discurso. A originalidade de Sócrates e Platão de procurar agora entender não o mundo, mas o homem, deu lugar a uma nova concepção filosófica que até hoje ainda é discutida com base em seus pensamentos. Depois veio Aristóteles que ordenou os conceitos pelas categorias. Inseriu em sua filosofia e analisou dez tipos de predicados ou gêneros do ser (κατηγορια significa justamente predicado). As categorias são: quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, estado, hábito, ação e paixão. Algumas vezes, as categorias são também chamadas de classes. E daí em diante a filosofia começa a se ramificar em outras questões. O conhecimento das categorias deve resultar em uma maior capacidade de análise e interpretação de elementos e argumentos do discurso proporcionando uma melhor compreensão dos conceitos. 


Para a filosofia, contudo, o helenismo marcou o surgimento de um novo período: a filosofia helenística (cujo início é tradicionalmente associado com a morte de Alexandre, em 323 a.C.). Várias escolas filosóficas surgiram nesse período, sendo as principais escolas: os estóicos, epicureus e ceticismo que iriam influenciar outros pensadores também na Idade Média. Nesse período em toda Idade Média a problemática estabelecida pela filosofia é Deus. Com o fim do Império Romano do ocidente e o fechamento das escolas filosóficas consideradas pagãs pela Igreja, agora dão lugar aos mosteiros. A Igreja passa a ter o monopólio do saber com os monges copistas reescrevendo os textos antigos. 


Santo Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Considera a filosofia praticamente, platônica, como solucionadora do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central está portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da vida. 



segunda-feira, 27 de junho de 2011

O JUAZEIRO

Ninguém nunca havia descrito o semi-árido nordestino tão bem como o escritor Euclides da Cunha. A obra Os Sertões, que não é apenas um documento jornalístico mas que compreende uma obra da literatura brasileira que de maior expressão cultural que narra os fatos acontecidos na guerra de Canudos e em todos os aspectos culturais, sociais, geográficos e religiosos. Abaixo temos a descrição de uma das mais belas árvores típica do nordeste feitas por Euclides da Cunha na obra Os Sertões.

Têm o mesmo caráter os juazeiros, que raro perdem as folhas de um verde intenso, adrede modeladas às reações vigorosas da luz. Sucedem-se meses e anos ardentes. Empobrece-se inteiramente o solo aspérrimo. Mas, nessas quadras cruéis, em que as soalheiras se agravam,  à vezes, com os incêndios espontaneamente acesos pelas ventanias atritando rijamente os galhos secos e estonados sobre o depauperamento geral da vida, em roda, eles agitam as ramagens virentes, alheios às estações, floridos sempre, salpintando o deserto com as flores cor de ouro, álacres, esbatidas no pardo dos restolhos — à maneira de oásis verdejantes e festivos. 

A dureza dos elementos cresce, entretanto, em certas quadras, ao ponto de os desnudar: é que se enterroaram há muito os fundos das cacimbas, e os leitos endurecidos das ipueiras mostram, feito enormes carimbos, em moldes, os rastros velhos das boiadas; e o sertão de todo se impropriou à vida. 

Então, sobre a natureza morta, apenas se alteiam os cereus esguios e silentes, aprumando os caules circulares repartidos em colunas poliédricas e uniformes, na simetria impecável de enormes candelabros. E avultando ao descer das tardes breves sobre aqueles ermos, quando os abotoam grandes frutos vermelhos destacando-se, nítidos, à meia luz dos crepúsculos, eles dão a ilusão emocionante de círios enormes, fincados a esmo no solo, espalhados pelas chapadas, e acesos...

Trecho do livro - Os Sertões,CUNHA, Euclides da.  Os Sertões. São Paulo: Três, 1984  (Biblioteca do Estudante).

Juazeiro da Bahia - BA às margens do rio são francisco.
A árvore tem tanta ligação com o nordeste que  duas das maiores cidades interioranas receberam seu nome - Juazeiro do Norte - CE


Quando Padre Cícero chegou ao povoado de Juazeiro, em 11 de abril de 1872, para fixar residência, o local era um pequeno aglomerado humano com uma capelinha erigida pelo primeiro capelão, o Pe. Pedro Ribeiro de Carvalho, neto do Brigadeiro Leandro Bezerra Monteiro, uma escola, cerca de 35 casas (a maioria de taipa) e duas pequenas ruas (Rua Grande e Rua do Brejo). Cinco famílias importantes habitavam o local: Macedo, Gonçalves, Sobreira, Landim e Bezerra de Menezes. O restante da população era formado por escravos e arruaceiros afeitos à bebedeira e à prostituição.

Antes de fixar residência definitiva no povoado de Juazeiro, Padre Cícero o visitou pela primeira vez no Natal de 1871, a convite do Prof. Semeão Correia de Macedo, para celebrar a tradicional Missa do Galo.

Segundo Padre Azarias, Padre Cícero chegou a revelar a amigos íntimos a verdadeira decisão de morar em Juazeiro. Foi um sonho (ou visão) segundo o qual, certa vez, ao anoitecer de um dia cansativo, após haver passado horas inteiras confessando as pessoas do então arraial, ele se deitou para descansar, e a visão que selaria seu destino se revelou. Conforme seu relato, ele viu, nitidamente, Jesus Cristo e os doze Apóstolos, sentados à mesa, numa cena idêntica à Ceia Larga (de Leonardo da Vinci). De repente, uma multidão de pessoas famintas, tipo flagelados das secas nordestinas, invade o local. Então, Jesus, virando-se para os famintos, falou de sua decepção com a humanidade, embora estivesse ainda disposto a fazer um último sacrifício para salvá-la. Mas se os homens não se arrependessem, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Jesus apontou para os pobres sertanejos, lançou um olhar ao Padre Cícero e disse, categoricamente: E tu, Padre Cícero, toma conta deles!

A partir daí Padre Cícero planejou sua vinda para o povoado de Juazeiro. Chegou no dia 11 de abril de 1872. Uma vez instalado em sua nova residência, Padre Cícero deu início a sua ação evangelizadora e moralizadora. Modificou o costume da população acabando pessoalmente com a bebedeira e a prostituição. Com ele o povoado experimenta os primeiros passos rumo ao desenvolvimento.

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O JULGAMENTO DE SÓCRATES

"Se a morte fosse mesmo o fim de tudo, seria isso um ótimo negócio para os perversos, pois ao morrer teriam canceladas todas as maldades, não apenas do seu corpo mas também de sua alma."
                                                                                                          Sócrates
Diante do tribunal popular, Sócrates é acusado pelo poeta Meleto, pelo rico curtidor de peles, influente orador e político Anitos, e por Licão personagem de pouca importância. A acusação era grave: não reconhecer os deuses do Estado, introduzir novas divindades e corromper a juventude. O relato do julgamento feito por Platão (428-348 a.C.) a Apologia de Sócrates, é geralmente tido como bastante fiel aos fatos e apresenta-se dividido em três partes. Na primeira, Sócrates examina e refuta as acusações que pairam sobre ele, retraçando sua própria vida e procurando mostrar o verdadeiro significado de sua "missão". E proclama aos cidadãos que deveriam julga-lo: "Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas, e a vos dizer que a virtude não provém da riqueza, mas sim que é a virtude que traz a riqueza ou qualquer outra coisa útil aos homens, quer na vida pública quer na vida privada. Se, dizendo isso, eu estou a corromper a juventude, tanto pior; mas, se alguém afirmar que digo outra coisa, mente". Noutro momento de sua defesa, Sócrates dialoga com um de seus acusadores, Meleto, deixando-o embaraçado quanto ao significado da acusação que lhe imputava - "corromper a juventude". Demonstra que estava sendo acusado por Meleto de algo que o próprio Meleto não sabia bem explicar o que era, já não conseguia definir com clareza o que era bom e o que era mau para os jovens.
Em nenhum momento de sua defesa - segundo relato platônico - Sócrates apela para a bajulação ou tenta captar a misericórdia daqueles que o julgavam. Sua linguagem é serena - linguagem de quem fala em nome da própria consciência e não reconhece em si mesmo nenhuma culpa. Chega a justificar o tom de sua autodefesa: "Parece-me não ser justo rogar ao juiz e fazer-se absorver por meio de súplicas; é preciso esclarecê-lo e convence-lo". Embora a demonstração pública da inconsistência dos argumentos de seus acusadores e embora a tranqüila e reiterada declaração de inocência - e talvez justamente por mais essas manifestações de altaneira independência de espírito -, Sócrates foi condenado. Mesmo para uma democracia como a ateniense, ele era uma ameaça e um escândalo: a encarnação, para a mentalidade vulgar, do "escândalo filosófico" que, ali mesmo em Atenas, acarretara a perseguição de Anaxágoras de Clazômena, que se viu obrigado a fugir.
Como era de praxe, após o veredicto da condenação, Sócrates foi convidado a fixar sua pena. Meleto havia pedido para o acusado a pena de morte. Mas seria fácil para Sócrates salvar-se: bastava propor outra penalidade, por exemplo pagar uma multa, como chegaram a lhe sugerir os amigos. Afinal, fora difícil obter um veredicto de culpabilidade: havia sido condenado por uma margem de apenas sessenta votos. Qualquer pena moderada que ele mesmo propusesse seria certamente acatada com alívio por aquela assembléia constrangida por condenar um cidadão que, apesar de suas excentricidades e de suas atitudes muitas vezes irreverentes e incomodas, apresentava aspectos de indiscutível valor. Afinal, era aquele o Sócrates que não se havia deixado corromper pelos tiranos, inimigos da democracia, e que lutara bravamente na guerra por sua cidade e por seu povo. Bastava que declarasse estar disposto a pagar algumas moedas - e todos sairiam dali satisfeitos consigo mesmos, por terem cumprido o "dever" de punir um cidadão suspeito de atividades nocivas a cidade, e mais contentes ainda por se sentirem magnânimos, ao permitirem que continuasse vivendo.
Mas Sócrates não faz concessões. Propor-se a cumprir qualquer pena, mesmo pagar uma multa, por menor que fosse, seria aceitar a culpa de que não o acusava a própria consciência. Na segunda parte da Apologia, Platão descreve o momento em que, novamente diante de seus juízes, Sócrates estabelece a pena que julgava merecer. Nem exílio, nem multa. "Ora, o homem (Meleto) propões a sentença de morte. Bem; e eu, que pena vos hei de propor em troca, Atenienses? A que mereço, não é claro? Qual será? Que sentença corporal ou pecuniária mereço, eu que entendi de não levar uma vida quieta? Eu que, negligenciando o de que cuida toda gente - riquezas, negócios, postos militares, tribunas e funções públicas, conchavos e lutas que ocorrem na política, coisas em que me considero de fato por demais pundonoroso para me imiscuir sem me perder -, não me dediquei àquilo a que, se me dedicasse, haveria de ser completamente inútil para vós e para mim? Eu que me entreguei à procura de cada um de vós em particular, a fim de proporcionar-lhe o que declaro o maior dos benefícios, tentando persuadir cada um de vós a cuidar menos do que é seu do que de si próprio, para a ser quanto melhor e mais sensato, menos dos interesses do povo que do próprio povo, adotado o mesmo princípio nos demais cuidados? Que sentença mereço por ser assim? Algo de bom, Atenienses, se há de ser a sentença verdadeiramente proporcionada ao mérito; não só, mas algo de bom adequado a minha pessoa. O que é adequado a um benfeitor pobre, que precisa de lazeres para vos viver exortando? Nada tão adequado a tal homem, Atenienses, como ser sustentado no Pritaneu; muito mais do que a um de vós que haja vencido, nas Olimpíadas, uma corrida de cavalos, de bigas ou quadrigas. Esse vos dá a impressão da felicidade; eu, a felicidade; ele não carece de sustento, eu careço. Se, pois, cumpre que sentenciam com justiça e em proporção ao mérito, eu proponho o sustento no Pritaneu."
Sócrates não deixava saída para seus juízes. Ou a pena de morte, pedida por Meleto, ou ser alimentado no Pritaneu, enquanto fosse vivo, como herói ou benemérito da cidade. Impossível voltar atrás, desfazer a condenação, inocentar o acusado. Entre a morte e as impossíveis recompensas, ou juízes ficaram sem alternativa real. Para não abrir mão de sua própria consciência, Sócrates optara pela morte. Que então morresse.


Immanuel Kant, Introdução à crítica do juízo. 2 ed, [Tradução Rubens Rodrigues Torres Filho], São Paulo: Abril Cultural, 1984 (Os Pensadores) 



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sábado, 25 de junho de 2011

EM DEFESA DE AUSCHWITZ?


Portão principal de Auschwitz I, onde se lê a frase "Arbeit macht frei" ("O trabalho liberta").
Os fatos na história têm a cada estudo vias de descobertas que muitas vezes se tornam obscuras quando seguimos apenas um lado de suas fontes. O que estou a dizer é que aquilo no qual tomamos como a única verdade escrita sobre o que aconteceu no passado de verdadeiro, na verdade precisa ser bem analisado com muita pesquisa. E sabemos que a história sempre será reescrita. Vejamos um caso que achei por demais interessante: é o caso Auschwitz. Normalmente quando ouvimos essa palavra pensamos logo em um campo de extermínio, holocausto, câmara de gás e outras atrocidades. Mas não é bem o que verdadeiramente foi. E só achamos que foi assim justamente pela propaganda negativa. Falamos muito sobre as propagandas Nazi-fascista na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, mas esquecemos também que de certa forma fomos influenciados pela propaganda anti-socialista no pós-guerra. 

Mas o maior responsável pela desmistificação do chamado holocausto com câmaras de gás e campos de extermínio foi um francês chamado Robert Faurisson tornou-se conhecido do grande público em janeiro de 1979 com a publicação de um texto enviado por ele ao jornal Le Monde, intitulado O Problema das câmaras de gás, ou o rumor de Auschwitz no qual escreveu:
"Até 1960, eu acreditei na realidade desses massacres gigantescos nas câmaras de gás. Então, depois de ler Paul Rassinier, um velho exilado e autor de Mensonge d'Ulisses, comecei a ter dúvidas. Depois de quatorze anos de reflexões pessoais, depois de quatro anos de intensa investigação, convenci-me, como vinte outros autores revisionistas, que me encontrava diante de uma mentira histórica." E acrescentava: "Hitler nunca ordenou (nem permitiu) que alguém fosse morto por causa de sua raça ou religião", e qualificava "as pretendidas câmaras de gás" e "o pretendido genocídio" de mentiras, "permitindo o benefício de uma gigantesca escroqueria político-financeira do Estado de Israel." Faurisson contesta (assim como numerosos negacionistas) o adjetivo "negacionista", preferindo o termo "revisionista"
"Sou um revisionista"
R. Faurisson
Segundo o próprio Faurisson, acrescenta: os revisionistas não são negacionistas, nem estão animados por sombrias intenções. Procuram dizer o que se passou, e não o que não se passou. São positivos. O que anunciam é uma boa nova. Continuam propondo um debate público, à luz do dia, com taquígrafos, ainda que até agora, se lhes têm respondido com o insulto, com a violência, a força injusta da lei ou, também, com vagas considerações políticas, morais ou filosóficas. A lenda de Auschwitz deve dar lugar, entre os historiadores, à verdade dos fatos. Auschwitz foi ao mesmo tempo e sucessivamente um campo de prisioneiros de guerra, um vasto campo de trânsito, um campo-hospital, um campo de concentração e um campo de trabalhos forçados e de trabalho livre. Não foi jamais um "campo de extermínio" (expressão inventada pelos Aliados). Apesar das rigorosas medidas de higiene, da abundância de pavilhões e edifícios hospitalares dotados muitas vezes dos últimos avanços da ciência médica alemã, o tifo — uma enfermidade endêmica entre a população judia polonesa e entre os prisioneiros de guerra russos — ocasionou juntamente com as febres palustres e outras epidemias, enormes devastações nos campos e na cidade de Auschwitz, assim como entre os próprios médicos alemães e a população civil. Donde que durante toda a existência do campo, essas epidemias aliadas, segundo alguns, às terríveis condições de trabalho naquelas zonas pantanosas, à fome, ao calor e ao frio, causaram a morte de aproximadamente cento e cinqüenta mil prisioneiros, desde 20 de maio de 1940 até 18 de janeiro de 1945.

http://www.google.com/url?sa=t&source=web&cd=3&ved=0CDwQFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.alfredo-braga.pro.br%2Fdiscussoes%2Fauschwitz.html&ei=0r8FTu_aMYy3tweRlLW9DQ&usg=AFQjCNFvApxly2Pwp_lvVIggpZhWwjluEg

O CRIME ORGANIZADO SUPERANDO UMA SEGURANÇA DESORGANIZADA


"Se fosse necessário estudar todas as leis, não teríamos tempo para as transgredir."

                                     (Johan Wolfgang Von Goethe) 

Até que ponto o crime organizado supera a tática policial? Por que a ação do mal prevalece contra a força do bem? Enquanto a criminalidade se supera agindo na surdina e na proibição  a inteligência dos peritos do sistema de segurança do país decresce, mesmo este tendo a seu favor uma ação aberta e livre, em outras palavras, quanto mais o bandido encontra dificuldade para realizar um crime, mais ele se especializa em sua ação.  O contexto que se apresenta hoje no Brasil no que diz respeito o combate ao crime organizado é que o bandido supera a tática e a inteligência da polícia. Mas de um modo geral devemos entender que a força policial faz parte de um sistema de segurança que é interdependente e ligado a um sistema jurídico falido. É bem verdade que a instituição em si mesma tem seus defeitos e suas virtudes como em qualquer outra e até em certo ponto retrai o crime. Porém esta deveria atuar de uma maneira mais eficiente e fazer uso de suas potencialidades táticas traçando metas para alcançar o objetivo. Me lembrei de um filósofo grego chamado Epíteto que viveu em 135-55 a.C. que em sua obra chamada Manual escreveu o seguinte "Diante de qualquer ação, pondera os antecedentes e as consequências, e só depois, mas só depois, começa a executá-la. Caso não procedas assim, grande será o teu ânimo no começo, dado que não cuidaste das dificuldades que a seguir se apresentam. Tempo depois, quando essas dificuldades, uma a uma, se apresentarem, abandonarás a tua tarefa de maneira vergonhosa." Diante de tal axioma, faça uma análise entre um policial que sai de casa para o trabalho e o bandido que pretende cometer um delito. Qual dos dois levará essa máxima em consideração mesmo sem saber se foi um filósofo que disse a 2200 anos atrás?




O EXÉRCITO ROMANO


Roma quando passou a ser governada por um general e no auge de sua prosperidade tinha também o melhor exército que até hoje as melhores forças de defesa têm suas táticas baseadas nos moldes romanos. Eram soldados disciplinados e os mais organizados para a defesa de seu território e conquista de outros povos. Porém tinha a seu favor, um sistema que lhe garantia atuação. Não havia um sistema jurídico aleijado que o obrigasse a levá-lo para onde fosse atuar e nem havia restrições nas ordens para os generais por em prática em defesa da segurança nacional. O exército estava acima das leis. O exército era a lei. Nada o impedia de atuar tanto é que um sistema político composto de senadores ambiciosos deu lugar a um general que projetou Roma e estabeleceu um desenvolvimento social de infra-estrutura antes jamais feito. Embora os plebeus constituíssem a maioria da população eram marginalizados desde os tempos da Monarquia continuando até na República. Como conseqüência, os plebeus sofriam sérias discriminações. Nas guerras ficavam com os piores despojos; quando se endividavam e não podiam pagar suas dívidas, tornavam-se escravos. Nessa época, as leis não eram escritas, mas orais, baseadas na tradição, o que concedia grandes privilégios aos patrícios devido à sua complexa interpretaçãoOs plebeus não tinham direito de participar das decisões políticas. Tinham deveres a cumprir: lutar no exército, pagar impostos, etc. A segurança de Roma dependia de um exército forte e numeroso. Os plebeus eram indispensáveis na formação do exército, uma vez que constituíam a maior parte da população. Conscientes disso e cansados de tanta exploração, os plebeus recusaram-se a servir ao exército, o que representou um duro golpe na estrutura militar de Roma. Evidentemente que com essa discussão não estou falando que devemos aceitar uma nova ditadura militar governar o país. Mas o que deveria ser de fato realizado seria uma reformulação no sistema jurídico brasileiro dando ampla liberdade e poder para o sistema de segurança militar.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

NO PASSADO LUTÁVAMOS POR IDEAIS - HOJE POR ÍDOLOS

"Minha opinião é que liberem. As drogas sempre existirão. O que não temos é um senso crítico de protestar contra nossa política decadente. Por que nossa juventude não protesta contra a falta de estrutura no sistema educacional?"

                                                                                             Jander Lopes

Atualmente um grupo de manifestantes foram às ruas para fazer um protesto em favor da legalidade do uso da maconha. Com esse fato, que volta e meia vem a ser discutido em programas de TV e rádio voltei minha opinião para uma outra questão considerada por mim mais importante e mais relevante. Mas quer saber logo minha opinião sobre a legalidade da maconha? Liberem! Há muito tempo isso já deveria ser livre e hoje não estaríamos perdendo tanto tempo e discussão com uma coisa tão pequena. É um atraso um país que não oferece aos seus habitantes segurança e educação, e depois seus parlamentares vêm num programa de TV discutir o que é melhor para o povo. Mas voltando ao que considero de maior importância no momento. O que se deve é fazer um protesto em todo país para fazer uma revolução generalizada começando pela educação. Mas antes, o que deve ser feito primeiramente é neutralizar o sistema político proibindo a entrada de empresários na política e que somente entre pessoas que tenham formação com tese de doutorado em relações públicas. Que mostre antes de ser eleito, um projeto do que vai ser feito, com prazo para conclusão; quanto custará e se não for concluído, devolverá o salário proporcional ao percentual de conclusão desse projeto. E a questão de nomeações? É a maior de todas as chagas do sistema esse favorecimento de cargos. Na minha opinião, um ministro deveria passar antes pelo um processo seletivo de sua competência. Esses sim, é que deveriam sofrer mais rigor em termos de cobrança para realizar seus trabalhos.
"Numa ditadura todos têm o direito de votar sem o direito para escolher."
(Leonid S. Sukhorukov)


Houve um tempo em que a juventude lutava por ideais. Os estudantes na época da ditadura militar iam às ruas para fazer protesto contra os que estavam no poder e que suprimiam qualquer forma de ideal. Só para citar um exemplo, na época as disciplinas de filosofia e sociologia foram retiradas da grade curricular. As referidas disciplinas foram banidas das escolas desde 1971, pelo governo da Ditadura Militar. Desde então, tem sido intensiva a luta de sociólogos e filósofos para que essas disciplinas retornassem às escolas. Agora é Lei, a sociologia e a filosofia são obrigatórias no ensino médio. Mas o que vemos hoje? Jovens indo às ruas protestar pelo direito do uso livre da maconha. Quero deixar bem claro: nada contra fazer protesto pelos seus direitos desde saibamos o que realmente no momento é o mais importante. Na Holanda o uso é livre. Mas como compararmos o comportamento dos holandeses diante do comportamento do povo brasileiro? Para atrair os que pensavam como eles, acertaram no Tratado de Tolerância da União de Utrecht, acordado em 1581, que ninguém que lá vivesse ou que lá chegasse em busca da "poorterschap", o direito de cidadania, seria importunado por motivos religiosos. Quer seguissem Lutero ou Calvino, quer carregassem a Torá, fossem católicos fugidos do bispo ou anabatistas acusados de heresia, não importava, todos teriam guarita. Não queimariam nem bruxas nem filósofos. Locke e Descartes, Erasmo de Rotterdam, Hugo Grotius entre outros.

Bom, só resta agora para os que estão entrando no meio acadêmico, fazer uma reflexão do que realmente estamos precisando. E insisto, sou a favor da liberdade. Mas devemos colocar as prioridades como o principal objetivo. De que adianta a juventude brasileira ir as ruas para garantir um direito pequeno e menos importante, se o primordial como, educação, saúde e segurança está num colapso?

 

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O CONHECIMENTO EMPÍRICO E O INATO


A Criação pintura de Michelangelo

O homem nasce com um conhecimento prévio ou só ele adquire através da experiência? O debate sobre essa questão se iniciou a partir da discussão de dois dos maiores filósofos da história da filosofia clássica: Platão e Aristóteles. No período da filosofia moderna no século XVII, teve vários expoentes que retomaram a discussão sendo um dos maiores representantes do empirismo o filósofo inglês John Locke (1632-1704). Na obra Ensaio Sobre o Entendimento Humano (1690), desenvolve sua teoria sobre a origem e natureza de nossos conhecimentos, uma forte negação ao inatismo. Cinco anos mais tarde o filósofo alemão Leibniz (1646-1716), inicia sua obra Os Novos ensaios Sobre o Entendimento Humano (1695), onde refuta o empirismo lockeano e ao mesmo tempo expõe de forma original suas ideias sobre o inatismo.

O Pensador (francêsLe Penseur) é uma das mais famosas esculturas de bronze do escultor francêsAuguste Rodin. Retrata um homem em meditação soberba, lutando com uma poderosa força interna.

O empirismo na filosofia é um conceito que tem como ponto central da discussão a aquisição do conhecimento pela experiência, em outras palavras, todo conhecimento é adquirido pelo ser mediante a idéia de que somente as experiências são capazes de gerar idéias e conhecimentos. Quando o homem vem ao mundo é como uma “carta branca”- diziam os empiristas – que é escrita através do aprendizado e experiência de mundo. Ao contrário do empirismo, o inatismo afirma que todo conhecimento, está contido no ser, ou seja, temos noções de conhecimento e cabe à razão através do aprendizado desenvolver aquilo que está implícito em nós.
É sobre esses conceitos que esses dois grandes filósofos do século XVII irão contextualizar e defender seus pontos de vistas apresentados nesse artigo que tem como base duas obras sobre esses temas. Sendo que o Ensaio acerca do Entendimento Humano inaugura a discussão com sua visão empirista e que será um dos principais expositores desse sistema. Em contrapartida, Os Novos Ensaios Sobre o Entendimento Humano de Leibniz faz uma contestação direta ao empirismo de Locke que em forma de diálogo entre dois personagens expõe sua crítica e afirma seu sistema como irrefutável. Dos quatro livros do ensaio, teremos como ponto principal o livro primeiro. 
O inatismo já é negado logo no título do capítulo I e Locke explica usando como ponto de apoio os princípios inatos e noções primárias que segundo a opinião de alguns homens, trazemos conosco antes de conhecer algo pela experiência.  Negando os argumentos propostos Locke diz que esses problemas não têm validade por não se achar num consentimento universal e que conseqüentemente são negados chamando-os de hipótese. O argumento em que se diz (os empíricos), que há certos princípios chamados especulativos e práticos, diz Locke, acordado entre os homens universalmente não prova o inatismo. Descobrimos essas verdades pelo espírito ou raciocínio. Para Locke, o conhecimento segue os seguintes passos: Os sentidos tratam com idéias particulares → a mente se familiariza → deposita na memória e dá nomes → a mente vai abstraindo, apreendendo gradualmente o uso dos nomes gerais. Ele aprofunda esta explicação mais adiante com a solução do problema de Molyneux[1]. Para ele é absurdo ter como anuência universal, pois se sabe que não pode ser universal aquilo que não é conhecido somente por parte dos homens. Isso é apenas uma convenção e não uma convicção de pontos verdadeiros. Locke vê uma aparente contradição quando se diz que há verdades impressas na mente na qual não se consegue perceber “Se por tanto as crianças e os idiotas possuem almas, possuem mentes dotadas destas impressões, devem inevitavelmente percebê-las, e necessariamente conhecer e assentir com estas verdades; se, ao contrário, não o fazem, tem-se como evidente que essas impressões não existem.” (Capítulo I, p.5) e isto seria uma causa que não levaria a lugar nenhum. O inatismo aceito por Locke é a capacidade de perceber. Essa sim é que serve e é útil para obter todo conhecimento possível. Entende-se por capacidade aquilo que faz parte da própria estrutura humana como, por exemplo, os sentidos. A capacidade é algo, porém que serve como extensão dos sentidos. Todo conhecimento é adquirido, aquela serve como “fio condutor” para que este se manifeste na mente fazendo o ser ter conhecimento do mundo sensível. Outro argumento importante usado para justificar o inatismo seria o seguinte: passa-se a conhecer algo quando se usa a razão. Ora, Locke diz ser falso porque “a razão nada mais é do que a faculdade de deduzir verdades desconhecidas de princípios ou proposições já conhecidos”. (Capítulo I, p.9). E o uso da razão não dá provas para aceitar o inatismo. Que a razão não implicaria necessariamente no entendimento do que tal coisa significa. Um bom exemplo seria como as crianças que ao atingirem o uso da razão não têm conhecimento de certas máximas.




[1]Em 7 de Julho de 1688, William Molyneux escreveu uma carta a John Locke em que propunha um problema. John Locke apresentou o problema na segunda edição do seu Ensaio da seguinte forma: Suponha um homem cego de nascença, agora adulto, ensinado pelo seu tato a distinguir entre um cubo e uma esfera do mesmo metal e aproximadamente do mesmo tamanho, de tal forma que possa dizer, quando ele sentisse um ou o outro, qual é o cubo e qual é a esfera. Suponha, então, o cubo e a esfera colocados sobre uma mesa e o cego é tornado capaz de ver. Se pela sua visão, antes de tocá-los, ele agora pode distinguir e dizer qual é o globo e qual é o cubo. Esse ficou conhecido como o Problema de Molyneux. Na sua forma geral, o problema é sobre a conexão entre o que percebemos por meio de um sentido, o tato, e o que percebemos por meio de outro sentido, a visão: essa conexão é inata e, portanto, a priori ou empiricamente aprendida? Se for inata então o cego que voltou a ver saberá dizer, sem necessidade de experiências adicionais, qual dos objetos ele vê é o triângulo e qual é o cubo. A resposta de Locke foi, é claro, empirista: a conexão é empiricamente aprendida e, portanto, o cego que voltou a ver não saberá dizer imediatamente qual é o triângulo e qual é o cubo.


segunda-feira, 20 de junho de 2011

FATOS CURIOSOS DA HISTÓRIA

"O homem tem que estabelecer um final para a guerra, senão, a guerra estabelecerá um final para a humanidade."
           
                                                                                                  John Kennedy (1917-1963)

No dia 22 de Novembro de 1963, três grandes personagens morreram a poucas horas de diferença um do outro. O presidente norte americano John F. Kennedy; o escritor inglês Aldous Huxley e Clive Staples Lewis, conhecido como C. S. Lewis. O curioso disso tudo é que os acontecimentos de suas mortes foram verdadeiros, porém  A coincidência serviu como pano de fundo para o livro O Diálogo – Um debate além da morte entre John F. Kennedy, C. S. Lewis e Aldous Huxley, de Peter Kreeft, onde os três personagens, representando o teísmo ocidental (Lewis), o humanismo ocidental (Kennedy) e o panteísmo oriental (Huxley) discutem sobre religião e cristianismo.

"As palavras nos permitiram elevar-nos acima dos animais, mas também é pelas palavras que não raro descemos ao nível de seres demoníacos."

                                                                   
Aldous Huxley (1894-1963)


Aldous Leonard Huxley (Godalming26 de Julho de 1894 — Los Angeles22 de Novembro de 1963) foi um escritor inglês e um dos mais proeminentes membros dafamília Huxley. Passou parte de sua vida nos Estados Unidos, vivendo em Los Angeles de 1937 até sua morte, em 1963. Mais conhecido por seus romances, como Brave New World (Admirável Mundo Novo) que inspirou uma música do cantor Zé Ramalho chamada Admirável Gado Novo. Dos diversos ensaios, Huxley também editou a revista Oxford Poetry, e publicou contos, poesias, literatura de viagem e roteiros de filmesAldous Huxley morreu no dia 22 de novembro de 1963, no mesmo dia em que o presidente John F. Kennedy foi assassinado. Suas cinzas foram enterradas na Inglaterra, no túmulo de sua família.

"Eu creio no Cristianismo tal como creio que o Sol nasceu, não apenas porque o vejo mas porque através dele eu vejo todas as outras coisas."
   
                                                 
C.S. Lewis  (1898-1963)


Nascido na Irlanda em 28 de Novembro de 1898, Clive Staples Lewis cresceu no meio dos livros da seleta biblioteca particular de sua família, criando nesta atmosfera cultural um mundo todo próprio, dominado por sua fértil imaginação e criatividade. Os seus pais (Albert J. Lewis e Florence A. H. Lewis) eram cristãos anglicanos. Tem sido chamado o porta-voz não oficial do cristianismo, que ele soube divulgar de forma magistral, através de seus livros e palestras, onde ele apresenta sua crença na verdade literal das Escrituras Sagradas, sobre o Filho de Deus, sua vida, morte e ressurreição. Isto foi certamente verdade durante sua vida, mas de forma ainda mais evidente após a sua morte. Foi chamado até de "Elvis Presley evangélico" devido à sua popularidade. C.S. Lewis escreveu sobre apologética cristã (parte da teologia que tem por objeto a defesa da religião cristã, contra o ataque e objeções de seus adversários). C. S. Lewis morreu em 22 de novembro de 1963, no mesmo dia em que Aldous Huxley morreu, e o presidente dos Estados UnidosJohn F. Kennedy, foi assassinado.



O Dr. Peter Kreeft é professor de filosofia no Boston College e no King´s College (Empire State Building), na cidade de Nova Iorque.  Segundo Peter:
Os eventos de 22 de novembro de 1963 quase parecem ter sido providencialmente arranjados para estabelecer a situação que imaginei neste diálogo: um microcosmo da história intelectual tripartida da humanidade bem como do corrente debate tripartido entre os teólogos cristãos. O triálogo centraliza-se no Centro, a dobradiça de nossa história: seu problema principal é a identidade de Jesus.

"Não sou famoso por fazer muito pelos outros, sou anônimo fazendo muito por mim mesmo"

                                                                            
Jander Lopes



Vejamos que pela literatura podemos conhecer tanto a história como sutilmente entender filosofia, sociologia, teologia, etc. Aliás, recomendo essa leitura que é uma obra de questionamentos de três pontos de vistas distintos mas com uma visão do próprio autor. Os fatos de cada personagem pode nos levar a entender como um jovem de apenas 24 anos tem uma ideia de assassinar um presidente, ou podemos entender como a sociedade se comportava na década de 60 com o uso do LSD, que foi uma das causas da morte de Huxley. Ou como C.S. Lewis que embora realmente questionasse Deus em Anatomia de uma Dor, chamando-o até de “carrasco divino”, esse tipo de efusão emocional lembra muito o livro de Lamentações (tá na Bíblia para quem não sabe, rsrs). Não nos proíbe de nos queixar quando a coisa dói. Afinal, Lewis já tinha perdido a mãe aos seus nove anos de idade, depois o pai e agora a amada, todos vitimados pelo câncer. Fica a sugestão de leitura.




http://www.google.com/url?sa=t&source=web&cd=2&ved=0CCgQFjAB&url=http%3A%2F%2Fpensador.uol.com.br%2Fautor%2Fc_s_lewis%2Fbiografia%2F&ei=sB7_TYSBKo-Ttwf53LT_BA&usg=AFQjCNF0hFUITJjnH6UC6YKFWyTtQssB3Q
http://www.google.com/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CCQQFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FAldous_Huxley&ei=8S3_Tcq7HsmBtgehtN3XAg&usg=AFQjCNH0CO5rzOdVrRr7Li747-Djv4BvRg

sábado, 18 de junho de 2011

MÚSICA DE PROTESTO

Titãs

Como a música pode passar de uma arte e transformar-se em arma de protesto? Em que as bandas de rock dos anos 80 tiravam suas ideias de protesto? Como grupos de rock como os Titãs, Paralamas do Sucesso, Ultraje, Barão Vermelho e outras fizeram nesse período e que deixaram seu legado para  gerações futuras entender que a música ainda é uma das melhores formas de expressão?  Sabemos através da história que o Brasil não é um país com uma democracia sólida e sem rupturas, pelo menos até o final dos anos 80. Desde 1964, o Brasil estava mergulhado numa ditadura durante 20 anos. Período que o povo passou esse tempo todo sem o direito a escolher seus representantes. Mas com a retomada do regime democrático em 1984, um fenômeno surgiu nesse período para protestar contra a situação social do país. Nesse período, a banda Titãs saíram em frente com suas músicas de protesto e mais agressiva em suas letras, com influência punk e letras contundentes que não poupavam as principais instituições da sociedade brasileira ("Estado violência", "Polícia", "Família" e "Igreja") sendo uma das mais conhecidas a música Polícia.


"A arte é de viver da fé, só não se sabe fé em que"

                                                                       Paralamas do Sucesso.
Os Paralamas do Sucesso também tem sua história nesse período de grandes mudanças no Brasil. Uma das músicas que mais identifica uma crítica social é Alagados. Alagados é o nome de uma favela de Salvador, Favela da Maré, do Rio de Janeiro, e Trenchtown, da Jamaica, onde viveram músicos famosos de reggae, como Bob Marley, Bunny Wailer e Peter Tosh, que formavam inicialmente a banda The Wailers. O próprio Bob, cita a terra natal na sua mais famosa música, No Woman no Cry (“I remember when we used to sit / In the government yard in Trenchtown“). 

1989 foi o ano da queda do muro de Berlim, que antecederia o fim da União Soviética e do comunismo; da morte de três mil manifestantes na Praça Celestial da Paz, em Pequim; do Prêmio Nobel da Paz concedido ao Dalai Lama; e da posse na presidência dos Estados Unidos do primeiro George Bush. Mas nenhum outro fato foi mais relevante para os brasileiros do que a primeira eleição pelo voto direto do presidente da República. A anterior ocorrera em 1960 quando foi eleito Jânio Quadros. Ele governou menos de sete meses. Renunciou para tentar voltar como ditador nos braços do povo. Deu errado.

"A gente não sabemos escolher presidente. A gente não sabemos tomar conta da gente. A gente não sabemos nem escovar os dente, tem gringo pensando que nós é indigente..."

                                                                    Parte da letra da música Inútil da banda Ultraje a Rigor.                                                                       

A eleição de 1989 foi disputada por 22 candidatos - entre eles, Fernando Collor, Lula, Leonel Brizola, Mário Covas, Paulo Maluf, Ulysses Guimarães, Aureliano Chavez, Guilherme Afif Domingos, Roberto Freire, Enéas e Fernando Gabeira. Lula e Collor se enfrentaram no segundo turno. Collor venceu. 

Deu errado. Afastado da presidência em 2 de outubro, foi julgado pelo Senado em 29 de dezembro de 1992. Como último recurso para preservar os direitos políticos, Collor renunciou ao mandato antes do início do julgamento, mas a sessão teve continuidade. O julgamento foi polêmico e alguns juristas consideraram que o julgamento, após a renúncia, não deveria ter acontecido. Novamente as bandas de rock comporiam músicas que falava da realidade política do momento uma delas era Ultraje a Rigor. Uma banda de rock, criada no início dos anos 80 em São Paulo. Idealizada por Roger Rocha Moreira (voz e guitarra base), obteve sucesso em 1983 no Brasil devido aos hits "Inútil" e "Mim Quer Tocar". Em 1985 a banda ficou nacionalmente conhecida pelo álbum Nós Vamos Invadir Sua Praia que trouxe o primeiro disco de ouro e platina para o rock nacional. O mesmo álbum, mais tarde, acabou sendo consagrado como o "melhor álbum de rock nacional" pela Revista MTV, em dezembro de 2008.
 "Indecente é você ter que ficar despido de cultura."
                                                                    Roger Moreira

COM A PALAVRA: O BARÃO VERMELHO

Em 1982, o som do Barão Vermelho, lançado nas lojas dia 27 de setembro, se espalhou um pouco e agradou muito o produtor Ezequiel Neves (José Ezequiel Moreira Neves, jornalista) e o diretor da Som Livre, Guto Graça Mello. Juntos, eles lançaram a banda e, com uma produção baratíssima,em quatro dias, foi gravado o primeiro álbum do Barão, que recebeu o nome da banda. Das músicas mais importantes, destacam-se "Bilhetinho Azul", "Ponto Fraco" e "Down Em Mim". E o nome da banda não foi por acaso, após assistirem um show da banda Queen no Morumbi, em São Paulo, surgiu o desejo em Guto Goffi (Flávio Augusto Goffi Marquesini), bateria, e Maurício Barros (Maurício Carvalho de Barros), teclado, de 19 e 17 anos de idade, em formar uma banda de rock. Em outubro de1981, os dois estudantes do Colégio da Imaculada Conceição, no Rio de Janeiro, chegaram a um nome para o sonho: Guto sugeriu e Maurício concordou que o aviador alemão Manfred von Richthofen, principal inimigo dos Aliados na Primeira Guerra, batizasse o grupo com seu codinome: Barão Vermelho.

Hoje não existe mais esses tipos de músicas. O que vemos e ouvimos são apenas bandas cantando músicas sem um caráter típico de uma mensagem de denúncia ou provocação. Os artistas do passado eram ousados e inovadores, mas será que se orgulhariam se vissem esse rock "colorido" e ultra-emotivo? Calças coloridas e apertadas, franjas exageradas, músicas sem nenhum conteúdo político e alguma mensagem social são as marcas dessas bandas. Enquanto isso, o Renato Russo deixa a pergunta aberta:
"Que país é esse?"

                                                              Renato Russo


GERAÇÃO COCA-COLA

Quando nascemos fomos programados
Pra comer o que vocês nos empurraram
com os enlatados dos USA
das nove às seis
desde pequenos nós comemos lixo
comercial e industrial
mas agora chegou a nossa vez
vamos cuspir de volta todo o lixo
em cima de vocês!

Somos filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola

Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim, que deve ser?
Vamos fazer nosso dever de casa
Aí então, vocês vão ver!
Suas crianças derrubando reis
Fazer comédia no cinema
Com as suas leis!