HISTÓRIA E FILOSOFIA

domingo, 31 de julho de 2011

STEFAN ZWEIG - BRASIL, PAÍS DO FUTURO: VENDO O BRASIL EM OUTRA PERSPECTIVA


(...O Brasil parece-me um dos países mais modelares e, por isso, uns dos mais dignos de estima. É um país que odeia a guerra e, ainda mais, que quase não a conhece. Há mais de um século, com exceção da guerra do Paraguai, que foi insensatamente provocada por um ditador que perdera a razão, o Brasil tem resolvido todas as questões de limites com seus vizinhos por meio de acordos e arbitragens internacionais. O seu orgulho e os seus heróis não são apenas guerreiros, mas estadistas, como Rio Branco e Caxias, que com prudência e firmeza souberam evitar e acabar guerras. O Brasil, cujo idioma se limita ao seu território, não tem desejos de conquistar territórios, não possui tendências imperialistas. Nenhum vizinho pode exigir dele alguma coisa e ele nada exige de seus vizinhos. Nunca a paz do mundo foi ameaçada por sua política, e, mesmo numa época de incertezas como a atual, não é possível imaginar que o princípio básico de sua ideia nacional, esse desejo de entendimento e de acordo, se possa jamais alterar. Esse desejo de conciliação, essa atitude humanitária, não tem sido o sentimento casual dos diferentes chefes e dirigentes do país; é o produto natural dum predicado do povo, da tolerância natural do brasileiro, a qual no curso da sua história sempre se confirmou. O Brasil é uma nação em que não existiram perseguições religiosas sangrentas, nem fogueiras de inquisição. Em nenhum outro país os escravos foram tratados relativamente com mais humanidade. Mesmo suas revoluções interiores e mudanças de regime se efetuaram quase sem derramamento de sangue. Os dois imperadores, que a vontade do Brasil de se tornar independente fez deixarem o país, dele se retiraram sem sofrer vexames e, por isso, sem ódio. Mesmo após rebeliões e intentonas que foram sufocadas, desde a independência do Brasil o, cabeças não pagaram o ato de insurreição com a vida. Quem quer que governe o povo brasileiro, inconscientemente é forçado a adaptar-se a seu espírito de conciliação; não constitui uma casualidade o fato de o Brasil — que entre todos os países da América durante decênios foi a única monarquia ter tido como imperador o mais democrata, o mais liberal de todos os soberanos. E hoje, que o Governo é considerado como ditadura, há aqui mais liberdade e mais satisfação individual do que na maior parte dos nossos países europeus. Por isso na existência do Brasil, cuja vontade está dirigida unicamente para um desenvolvimento pacífico, repousa uma das nossas melhores esperanças de uma futura civilização e pacificação do nosso mundo devastado pelo ódio e pela loucura. Mas onde se acham em ação forças morais, é nosso dever fortalecermos essa vontade. Onde na nossa época de perturbação ainda vemos esperança de um futuro novo em novas zonas, é nosso dever indicarmos esse país, essas possibilidades. 
     E por isso escrevi este livro.)  _Último parágrafo da introdução da obra - Brasil, país do futuro de Stefan Zweig.

Meus comentários...

A obra de Zweig me fez lembrar o episódio de Olavo Bilac quando este foi procurado por um senhor comerciante e amigo seu para escrever uma publicidade no jornal a fim de vender sua propriedade. O poeta, que já conhecia a propriedade, caprichou nos mínimos detalhes da seguinte maneira:

VENDE-SE ENCANTADORA PROPRIEDADE
 
"Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer  no extenso arvoredo. Cortada por cristalinas e marejantes água de um ribeiro. A casa, banhada pelo sol nascente, oferece a sombra tranquila das tardes na varanda."

Após ler o anúncio o comerciante logo percebeu o valor que tinha sua chácara, e com isso desistiu da venda dizendo: sr Bilac, ao ler o que você tinha escrito, é que percebi o valor que tinha a minha propriedade.

Eis um homem que faz uma triagem histórica das características do Brasil. Stefan Zweig foi sem dúvida uma pessoa que viu no Brasil um futuro do qual ele sempre almejava encontrá-lo na sua Europa assolada pelas guerras do início do século XX. Mesmo até em sua cidade natal de Viena. De fato, o Brasil visto por este europeu, ainda preserva seus traços com exceção de sua postura interna de seus habitantes quando tratamos de política e igualdade social. Mas não é esse o papel de quem vem de fora, ou seja, de observar como de fato o brasileiro se comporta com os seus. Isso é papel nosso. De cada um. Somos mesmo até certo ponto conivente com os que chegam em empreender negócios fazendo de nossas praias, terras e paisagens suas empresas de turismo. Hoje com certeza, Zweig manteria seu discurso. Mas em relação ao comportamento de brasileiro para brasileiro, ainda vemos muito preconceito de cor ou posição social. 

Stefan Zweig nasceu a 28 de novembro de 1881 em Viena. Estudou Filosofia e começou a escrever poesias, dramas e traduziu inúmeras obras francesas para o alemão. Pacifista, sonhava com uma Europa unida. A primeira guerra mundial o desanimou. Iniciou escrevendo pequenas histórias que o tornaram famoso. Sua origem judaica o obrigou a abandonar a Áustria. Problemas de consciência, somados à angústia devido à guerra, levou-o ao suicídio em Petrópolis, em 22 de janeiro de 1942. Suas inúmeras obras foram divulgadas em várias línguas, inclusive “Brasil, país do futuro”, hoje esgotado e raro, graças à falta de sensibilidade e bom senso dos editores brasileiros de livros em papel.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

EM QUE A CRENÇA DIFERE DO CONHECIMENTO?

"Em muitas pessoas a palavra antecede o pensamento, sabem apenas o que pensam depois de terem ouvido o que dizem."

                                                          
Gustave Le Bon (1841-1931)

Procuremos primeiramente precisar o que constitui crença e em que ela se distingue do conhecimento. Uma crença é um ato de fé de origem inconsciente, que nos força a admitir em bloco uma ideia, uma opinião, uma explicação, uma doutrina. A razão é alheia, como veremos, à sua formação. Quando ela tenta justificar a crença, esta já se acha formada.
     
Tudo quanto é aceito por um simples ato de fé deve ser qualificado de crença. Se a exatidão da crença é verificada mais tarde pela observação e a experiência, cessa de ser uma crença e torna-se um conhecimento.
     
Crença e conhecimento constituem dois modos de atividade mental muito distintos e de origem muito diferentes: A primeira é uma intuição inconsciente provada por certas causas independentes da nossa vontade; a segunda representa uma aquisição consciente, edificada por métodos exclusivamente racionais, tais como a experiência e a observação Foi somente numa época adiantada da sua história que a humanidade, imersa no mundo da crença, descobriu o conhecimento. Quando aí se penetra, reconhece-se que todos os fenômenos atribuídos outrora às vontades de seres superiores se apresentavam sob a influência de leis inflexíveis.
     
Pela simples circunstância de que o homem se iniciava no ciclo do conhecimento, todas as suas concepções do universo se transformaram.
     
Mas, nessa nova esfera, não foi ainda possível penetrar muito longe. A ciência reconhece cada dia que nas suas descobertas há muitas coisas desconhecidas As realidades mais precisas ocultam mistérios. Um mistério é a alma ignorada das coisas.
     
A ciência se acha ainda envolta nessas trevas e, atrás dos horizontes que ela atinge, outros aparecem, perdidos num infinito que parece recuar sempre.
     
Nesse grande domínio, que nenhuma filosofia pode ainda elucidar, jaz o reino dos sonhos, repleto de esperanças; que nenhum, raciocínio poderia destruir. Crenças religiosas, crenças políticas, crenças de toda espécie aí haurem uma força ilimitada. Os fantasmas-temidos que o habitam, são criados pela fé.
     
Saber e crer permanecerão sempre como coisas distintas. Ao passo que a aquisição da menor verdade científica exige enorme labor, a posse de uma certeza baseada unicamente na fé não pede nenhum trabalho. Todos os homens possuem crenças; muito poucos se elevam até ao conhecimento.
     
O mundo da crença possui a sua lógica e as suas leis. O sábio tem sempre tentado em vão penetrar nessa esfera com os seus métodos. Ver-se-á nesta obra porque perde ele todo o espírito crítico, quando se insinua no ciclo da crença e aí se vê somente perante as mais falazes ilusões.

Trecho do livro - As opiniões e as crenças
De: Gustave Le Bon

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustave_Le_Bon

terça-feira, 26 de julho de 2011

CORAGEM - Duas coisas indicam fraqueza – calar-se quando é preciso falar, e falar quando é preciso calar-se.



Moisés levantou a mão e feriu a rocha duas vezes com o seu bordão, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os seus animais.
     Deus havia sido claro em sua instrução a Moisés: “Falai à Rocha, e dará sua água”. Uma rocha seca costuma dar água só porque alguém lhe diz para fazer isso? No entanto, foi exatamente isso que Deus lhes ordenou fazer."

                                                                              Números, Cap. 20 vrs. 11


É simplesmente irresistível quando lemos um texto bem esclarecedor que trata realmente daquilo que deveríamos tratar desde que adquirimos uma certa "consciência". O texto do qual estou a me referir trata da coragem. A coragem de fato é uma virtude. E com todos os adjetivos possíveis: nobre, excepcional, relevante, brilhante, majestosa, excelente, poderosa, etc. Não é atoa que os gregos veneravam esse poder. CORAGEM – do Latim coraticum, derivado de cor, “coração”. Isso porque, em épocas remotas, este órgão era considerado a sede da coragem, além da inteligência.  Daí o apelido do Ricardo Coração de Leão.

Com toda franqueza, ao ler o texto de Rubem Alves "Ganhei coragem", não resisti à tentação de colocá-lo nesse blog para o deleite dos leitores apaixonado por um bom texto que, com toda certeza irão adorar e sentir que as coisas ditas sempre merecem uma boa reflexão. 

"Amar é ter um pássaro pousado no dedo.
Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”

                                                                             Rubem Alves

Ganhei coragem

“Mesmo o mais corajoso entre nós só raramente tem coragem para aquilo que ele realmente conhece“, observou Nietzsche. É o meu caso. Muitos pensamentos meus, eu guardei em segredo. Por medo. Albert Camus, ledor de Nietzsche, acrescentou um detalhe acerca da hora quando a coragem chega: “Só tardiamente ganhamos a coragem de assumir aquilo que sabemos“. Tardiamente. Na velhice. Como estou velho, ganhei coragem. Vou dizer aquilo sobre que me calei: “O povo unido jamais será vencido“: é disso que eu tenho medo.

Em tempos passados invocava-se o nome de Deus como fundamento da ordem política. Mas Deus foi exilado e o “povo“ tomou o seu lugar: a democracia é o governo do povo... Não sei se foi bom negócio: o fato é que a vontade do povo, além de não ser confiável, é de uma imensa mediocridade. Basta ver os programas de televisão que o povo prefere.

A Teologia da Libertação sacralizou o povo como instrumento de libertação histórica. Nada mais distante dos textos bíblicos. Na Bíblia o povo e Deus andam sempre em direções opostas. Bastou que Moisés, líder, se distraísse, na montanha, para que o povo, na planície, se entregasse à adoração de um bezerro de ouro. Voltando das alturas Moisés ficou tão furioso que quebrou as tábuas com os 10 mandamentos. E há estória do profeta Oséias, homem apaixonado! Seu coração se derretia ao contemplar o rosto da mulher que amava! Mas ela tinha outras idéias. Amava a prostituição. Pulava de amante a amante enquanto o amor de Oséias pulava de perdão a perdão. Até que ela o abandonou... Passado muito tempo Oséias perambulava solitário pelo mercado de escravos... E que foi que viu? Viu a sua amada sendo vendida como escrava. Oséias não teve dúvidas. Comprou-a e disse: “Agora você será minha para sempre...“ Pois o profeta transformou a sua desdita amorosa numa parábola do amor de Deus. Deus era o amante apaixonado. O povo era a prostituta. Ele amava a prostituta. Mas sabia que ela não era confiável. O povo sempre preferia os falsos profetas aos verdadeiros, porque os falsos profetas lhes contavam mentiras. As mentiras são doces. A verdade é amarga. Os políticos romanos sabiam que o povo se enrola com pão e circo. No tempo dos romanos o circo era os cristãos sendo devorados pelos leões. E como o povo gostava de ver o sangue e ouvir os gritos! As coisas mudaram. Os cristãos, de comida para os leões, se transformaram em donos do circo. O circo cristão era diferente: judeus, bruxas e hereges sendo queimados em praças públicas. As praças ficavam apinhadas com o povo em festa, se alegrando com o cheiro de churrasco e os gritos. Reinhold Niebuhr, teólogo moral protestante, no seu livro O homem moral e a sociedade imoral observa que os indivíduos, isolados, têm consciência. São seres morais. Sentem-se “responsáveis“ por aquilo que fazem. Mas quando passam a pertencer a um grupo, a razão é silenciada pelas emoções coletivas. Indivíduos que, isoladamente, são incapazes de fazer mal a uma borboleta, se incorporados a um grupo, tornam-se capazes dos atos mais cruéis. Participam de linchamentos, são capazes de pôr fogo num índio adormecido e de jogar uma bomba no meio da torcida do time rival. Indivíduos são seres morais. Mas o povo não é moral. O povo é uma prostituta que se vende a preço baixo. Meu amigo Lisâneas Maciel, no meio de uma campanha eleitoral, me dizia que estava difícil porque o outro candidato a deputado comprava os votos do povo por franguinhos da Sadia. E a democracia se faz com os votos do povo... Seria maravilhoso se o povo agisse de forma racional, segundo a verdade e segundo os interesses da coletividade. É sobre esse pressuposto que se constrói o ideal da democracia. Mas uma das características do povo é a facilidade com que ele é enganado. O povo é movido pelo poder das imagens e não pelo poder da razão. Quem decide as eleições – e a democracia - são os produtores de imagens. Os votos, nas eleições, dizem quem é o artista que produz as imagens mais sedutoras. O povo não pensa. Somente os indivíduos pensam. Mas o povo detesta os indivíduos que se recusam a ser assimilados à coletividade. Uma coisa é o ideal democrático, que eu amo. Outra coisa são as práticas de engano pelas quais o povo é seduzido. O povo é a massa de manobra sobre a qual os espertos trabalham. Nem Freud, nem Nietzsche e nem Jesus Cristo confiavam no povo. Jesus Cristo foi crucificado pelo voto popular, que elegeu Barrabás. Durante a Revolução Cultural na China de Mao-Tse-Tung, o povo queimava violinos em nome da verdade proletária. Não sei que outras coisas o povo é capaz de queimar. O nazismo era um movimento popular. O povo alemão amava o Führer. O mais famoso dos automóveis foi criado pelo governo alemão para o povo: o VolkswagenVolk, em alemão, quer dizer “povo“...

O povo unido jamais será vencido! Tenho vários gostos que não são populares. Alguns já me acusaram de gostos aristocráticos... Mas, que posso fazer? Gosto de Bach, de Brahms, de Fernando Pessoa, de Nietzsche, de Saramago, de silêncio, não gosto de churrasco, não gosto de rock, não gosto de música sertaneja, não gosto de futebol (tive a desgraça de viajar por duas vezes, de avião, com um time de futebol...). Tenho medo de que, num eventual triunfo do gosto do povo, eu venha a ser obrigado a queimar os meus gostos e engolir sapos e a brincar de “boca-de-forno“, à semelhança do que aconteceu na China.

De vez em quando, raramente, o povo fica bonito. Mas, para que esse acontecimento raro aconteça é preciso que um poeta entoe uma canção e o povo escute: “Caminhando e cantando e seguindo a canção...“ Isso é tarefa para os artistas e educadores: O povo que amo não é uma realidade. É uma esperança.

(Folha de S. Paulo, 05/05/2002)

http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=1&ved=0CBcQFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.rubemalves.com.br%2Fganheicoragem.htm&ei=XCQvTuPeO6Hm0QGnpvnQAQ&usg=AFQjCNEOlF6V_doBFZhK53Nu6BPVp1ItXg

domingo, 17 de julho de 2011

É POSSÍVEL CRIAR UM CÍRCULO QUADRADO?


"E Deus falou para o filósofo:
- Eu sou o Senhor teu deus, e sou o Todo-Poderoso. Não há coisa alguma que você possa dizer que não possa ser feita. É fácil!
 E o filósofo falou para o Senhor:
- Ok, oh todo poderoso. Transforme tudo que é azul em vermelho e tudo o que é vermelho em azul.
O Senhor disse:
- Que se faça a inversão de cores ! E a inversão foi feita, deixando completamente confusos os porta-bandeiras da Polônia e de São Marino.
Então o filósofo disse: - Se quer me impressionar faça um círculo quadrado.
E o senhor falou: - Faça-se um círculo quadrado. - E foi feito.
Mas o filósofo protestou: - Isso não é um círculo quadrado, isso é um quadrado.
O senhor se irritou: - Se eu digo que é um círculo, é um círculo. Cuidado com essa sua impertinência.
Mas o filósofo insistiu: - Eu não pedi para alterar o significado da palavra círculo, pedi um círculo quadrado, um verdadeiro círculo quadrado. Admita isto é algo que o senhor não pode fazer.
O senhor pensou um pouco, então resolveu responder lançando sua vingança poderosa sobre a cabeça do filósofo metido a esperto."

Do livro "O Porco Filósofo" (The Pig that Wants to be Eaten and 99 other thought experiments) do filósofo inglês Julian Baggini

segunda-feira, 11 de julho de 2011

AMANDA GURGEL RECUSA O PRÊMIO PNBE

Lembram da Amanda Gurgel? Aquela professora que foi à tribuna da Assembleia Estadual do Rio Grande do Norte para mostrar a atual situação da Educação brasileira e principalmente no que se refere aos professores? Pois é, desta vez ela mais uma vez surpreende aqueles que se dizem "nossos representantes" e principalmente os idealizadores do Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE).No início da semana, a organização Pensamento Nacional de Bases Empresariais (PNBE) entregou o prêmio Brasileiros de Valor 2011. O júri escolheu a professora Amanda Gurgel, autora de um discurso replicado pela internet, “pela manifestação contra a incúria do governo em relação à educação e aos maus tratos aos seus protagonistas, demonstrando corajosamente toda a sua indignação aos governantes”. “Depois de analisar um pouco, decidi recusar o prêmio”, explica a professora, em carta. Veja na íntegra:

Natal, 02 de julho de 2011
Prezado júri do 19º Prêmio PNBE,
Recebi comunicado notificando que este júri decidiu conferir-me o prêmio de 2011 na categoria Educador de Valor, “pela relevante posição a favor da dignidade humana e o amor a educação”. A premiação é importante reconhecimento do movimento reivindicativo dos professores, de seu papel central no processo educativo e na vida de nosso país. A dramática situação na qual se encontra hoje a escola brasileira tem acarretado uma inédita desvalorização do trabalho docente. Os salários aviltantes, as péssimas condições de trabalho, as absurdas exigências por parte das secretarias e do Ministério da Educação fazem com que seja cada vez maior o número de professores talentosos que após um curto e angustiante período de exercício da docência exonera-se em busca de melhores condições de vida e trabalho.
Embora exista desde 1994 esta é a primeira vez que esse prêmio é destinado a uma professora comprometida com o movimento reivindicativo de sua categoria. Evidenciando suas prioridades, esse mesmo prêmio foi antes de mim destinado à Fundação Bradesco, à Fundação Victor Civita (editora Abril), ao Canal Futura (mantido pela Rede Globo) e a empresários da educação. Em categorias diferentes também foram agraciadas com ele corporações como Banco Itaú, Embraer, Natura Cosméticos, McDonald's, Brasil Telecon e Casas Bahia, bem como a políticos tradicionais como Fernando Henrique Cardoso, Pedro Simon, Gabriel Chalita e Marina Silva.
A minha luta é muito diferente dessas instituições, empresas e personalidades. Minha luta é igual a de milhares de professores da rede pública. É um combate pelo ensino público, gratuito e de qualidade, pela valorização do trabalho docente e para que 10% do Produto Interno Bruto seja destinado imediatamente para a educação. Os pressupostos dessa luta são diametralmente diferentes daqueles que norteiam o PNBE. Entidade empresarial fundada no final da década de 1980, esta manteve sempre seu compromisso com a economia de mercado. Assim como o movimento dos professores sou contrária à mercantilização do ensino e ao modelo empreendedorista defendido pelo PNBE. A educação não é uma mercadoria, mas um direito inalienável de todo ser humano. Ela não é uma atividade que possa ser gerenciada por meio de um modelo empresarial, mas um bem público que deve ser administrado de modo eficiente e sem perder de vista sua finalidade.
Oponho-me à privatização da educação, às parcerias empresa-escola e às chamadas “organizações da sociedade civil de interesse público” (Oscips), utilizadas para desobrigar o Estado de seu dever para com o ensino público. Defendo que 10% do PIB seja destinado exclusivamente para instituições educacionais estatais e gratuitas. Não quero que nenhum centavo seja dirigido para organizações que se autodenominam amigas ou parceiras da escola, mas que encaram estas apenas como uma oportunidade de marketing ou, simplesmente, de negócios e desoneração fiscal.
Por essa razão, não posso aceitar esse Prêmio. Aceitá-lo significaria renunciar a tudo por que tenho lutado desde 2001, quando ingressei em uma Universidade pública, que era gradativamente privatizada, muito embora somente dez anos depois, por força da internet, a minha voz tenha sido ouvida, ecoando a voz de milhões de trabalhadores e estudantes do Brasil inteiro que hoje compartilham comigo suas angústias históricas. Prefiro, então, recusá-lo e ficar com meus ideais, ao lado de meus companheiros e longe dos empresários da educação.
Saudações,
Professora Amanda Gurgel
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Apenas um pequeno comentário deste blog...








Diante de tais declarações de uma pessoa que demonstra seu valor e coragem como a professora Amanda Gurgel. Faço a seguinte pergunta: temos realmente representantes? Vejam que instituições privadas e políticos de renome, como é o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, recebem um prêmio pelo que não foi feito? Aliás, deveríamos premiar alguém por fazer aquilo que é de sua total obrigação e competência? Prêmios não são para quem tem sua obrigação de fazer, e sim para quem é espontâneo em seus deveres. Não posso deixar de citar Oscar Wilde, "As pessoas hoje conhecem o preço de tudo e o valor de nada." De fato, esta é uma verdadeira sentença que essa premiação deveria avaliar antes de promover tal atitude.

domingo, 10 de julho de 2011

SUDÃO DO SUL - O MAIS RECENTE PAÍS DO MUNDO

O Sudão do Sul é o mais recente país do mundo. Sua independência ocorreu no dia 09 de Julho de 2011. O país nasce a partir de um acordo de paz firmado em 2005, após 12 anos de uma guerra civil que deixou 1,5 milhão de mortos. Em janeiro, 99% dos eleitores do Sudão do Sul votaram a favor da separação da região, predominantemente cristã e animista, em relação ao norte, governado a partir de Cartum, onde a população é em sua maioria muçulmana e de origem árabe. Este acordo pôs fim a 21 anos de guerra civil entre o norte e o sul. O conflito, que causou mais de 2 milhões de mortos, começou em 1983 quando o Governo de Cartum impôs a "sharia" ou lei islâmica em todo o país, incluindo o sul, de maioria animista e cristã.

Com o nascimento do Sudão do Sul, o Sudão deixa de ser o maior país africano. Quem ocupa essa posição agora é a Argélia, que também se torna o 10º maior país do mundo. O Sudão, que anteriormente ocupava esse lugar, agora é o 16º. A ONU possuía 192 países membros. Assim, o número 192 passa para 193 e é usado freqüentemente para representar o número dos países no mundo. Embora este número represente quase todos os países no mundo, há ainda dois países independentes, a cidade de Vaticano e Kosovo, que não são membros do ONU.

DADOS BÁSICOS
SUPERFÍCIE: 640 mil quilômetros quadrados.
CAPITAL: Juba.
IDIOMAS: Árabe (oficial), inglês e dezenas de línguas indígenas (não oficiais).
RELIGIÃO: Cristã católica, protestante, anglicana e religiões animistas africanas.
FORMA DE GOVERNO: Na atualidade Sudão do Sul tem uma Constituição provisória, a mesma que seu vizinho do norte, à espera que uma equipe técnica elabore uma nova Carta Magna também temporária, que deverá ser aprovada pelo Parlamento.

A África é o terceiro maior continente do mundo – ficando atrás da Ásia e da América. Grande parte de sua população de quase um bilhão de habitantes sofre com a miséria, as doenças – principalmente a Aids – e as guerras-civis que são freqüentes no continente. Por ser o terceiro continente mais extenso do mundo, a África apresenta uma grande variedade de paisagens naturais e patrimônios históricos. A diversidade não pára por aí: culturas, religiões e etnias distintas ajudam a tornar o continente ainda mais interessante para os turistas.

COMENTÁRIO DESTE BLOG
"A África nunca foi considera pelas nações ricas como um continente rico e  promissor. Era e ainda  é um laboratório de pesquisas de doenças raras que promovem a cura sem depois ter acesso a esses resultados."

Vamos ver esta questão do ponto de vista bem realista: a África ainda sofre os efeitos das duas últimas Guerras Mundiais. No passado, sofreu espoliações de nações ricas que, extraíram seus recursos naturais para atender suas indústrias e enriquecer economias dos EUA, França, Inglaterra,etc. A ONU, que deveria promover a paz, é apenas um órgão para justificação e fazer com que os países exploradores tenham suas desculpas explicadas de um passado de destruição. Vários territórios na década de 60 tornaram-se independentes não por que esses países conquistaram tal independência, mas por que não havia mais nada o que se retirar. Sobrou o petróleo. Agora, alguns países africanos é visto por potências como os EUA como um potencial abastecedor desse ouro negro. A Nigéria é um exemplo de país que tem uma das maiores reservas de petróleo do mundo. Mesmo assim é um país de extrema pobreza. Na verdade, nenhum país está preocupado com pobreza de outros, salvo algumas exceções que não podem fazer muito. A África ainda é um país que fornece matéria-prima industrial que os países ricos extrai a riqueza para depois vender seus produtos com alto custo. Atualmente, a África é um dos maiores fornecedores de material para pesquisas sobre doenças raras. Grupos de infectologistas e pesquisas de países ricos promovem coletas de vírus raros, para desenvolver a cura que posteriormente os países africanos nem mesmo tem acesso aos mais simples diagnósticos de doenças simples.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

A EDUCAÇÃO DEVERIA SER UM DEVER DE TODOS OU UM DIREITO DO ESTADO?


Título VIII 
Da Ordem Social

Capítulo III  
Da Educação, da Cultura e do Desporto

Seção I   
 Da Educação



  Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Apenas com esse artigo da Constituição Federal daria uma tese de doutorado sobre educação que envolveria tudo o que já foi escrito em todos os tempos sobre esse assunto. Tudo isso em relação a sociedade e o comportamento humano desde filosofia, antropologia, sociologia, história e até mesmo as ciências exatas. Palavras como direito, cidadania, trabalho, estado, família e sociedade, são conceitos inseridos no artigo 205 de nossa constituição que em todos os campos dos saberes já foram objetos de estudo. Desde os filósofos da Antiguidade como Sócrates, Platão e Aristóteles passando por filósofos do período moderno como Rousseau, Emannuel Kant, Espinoza até educadores como Carl Rogers, Célestin Freinet, Jean Piaget, etc. 

Não tenho nenhuma pretensão de contestar nenhuma tese filosófica sobre o que já foi dito em relação à educação. Como o título da postagem diz respeito a direito e dever não farei abordagem sobre que é educação, ou como se adquire tal virtude. A minha opinião em relação ao assunto é: quem de fato pertence o direito ou o dever? É direito de todos ter acesso à educação ou é, antes de mais nada, um dever de cada um fazer essa busca? Nos primeiros anos de vida do indivíduo, deveria ser mais um direito do Estado de promover a educação do indivíduo do que um dever do próprio cidadão. Mas para que um Estado seja igualitário para os indivíduos, nele não deveria haver escolas particulares. O ensino deveria ser de total direito do Estado. E mais que um dever do próprio cidadão de adquirir tal instrução educacional. 

Se verificarmos como era o ensino no passado, eté mesmo no passado próximo, causa-nos  estranheza quando o Estado "paga" para o indivíduo aprender. Existe tantos incentivos governamentais para a aprendizagem do indivíduo, todos elaborados pela Estado que podemos até não entender essa aparente contradição quando dizemos que "o governo não faz nada pelo ensino no Brasil". De fato, é péssimo! Mas com toda facilidade existente de acesso à leitura que as novas tecnologias trouxeram para a sociedade, ou outros meios de aprendizagem como escola gratuita ou acesso às universidades através de bolsas, etc., podemos fazer a seguinte pergunta: e o que fazer daquele que não quer nada? Por que o governo luta incessantemente para encher os bancos escolares com pessoas que detestam estar dentro de uma escola? Não só é preciso reestruturar todo sistema educacional como também começar do zero. Se não for assim, e ficar como está, então é dever (pelo menos por enquanto) do próprio indivíduo não esperar pelo governo. 


No Brasil, todo sistema educacional vigente é eficiente para quem quer uma posição social melhor e uma vida menos angustiante. É uma forma de capitalismo da educação. É bem verdade que quem nasce numa família abastarda, entra no jogo ganhando por 1 a zero. Mas fora isso, quem não pertence a essa classe irá desistir? Vai ficar nos bastidores da ignorância? É curioso que nós brasileiros sabemos de todos os problemas, assistimos a tudo. E o que fazemos? Descarregamos a raiva sempre numa conversa com o colega ou com os amigos nos bares até mesmo no trabalho. 

domingo, 3 de julho de 2011

A AUTENTICIDADE DE UM ATEU - Jean Paul Sartre

"Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer."

                                             Jean Paul Sartre (1905-1980)
Ao concebermos um Deus criador, identificamo-lo, na maioria das vezes, com um artífice superior, e, qualquer que seja a doutrina que considerarmos quer se trate de uma doutrina como a de Descartes ou como a de Leibniz -, admitimos sempre que a vontade segue mais ou menos o entendimento ou, no mínimo, que o acompanha, e que Deus, quando cria, sabe precisamente o que está criando. Assim, o conceito de homem, no espírito de Deus, é assimilável ao conceito de corta-papel, no espírito do industrial; e Deus produz o homem segundo determinadas técnicas e em função de determinada concepção, exatamente como o artífice fabrica um corta-papel segundo uma definição e uma técnica. Desse modo, o homem individualmente materializa certo conceito que existe na inteligência divina. No século XVIII, o ateísmo dos filósofos elimina a noção de Deus, porém não suprime a ideia de que a essência precede a existência. 


O homem possui uma natureza humana; essa natureza, que é conceito humano, pode ser encontrada em todos os homens, o que significa que cada homem é um exemplo particular de um conceito universal: o homem.


O existencialismo ateu... Afirma que, se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito: este ser é o homem, ou, como diz Heidegger, a realidade humana. O que significa, aqui, dizer que a existência precede a essência? Significa que, em primeira instância, o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define.


O homem, tal como o existencialista o concebe, só não é passível de uma definição porque, de início, não é nada: só posteriormente será alguma coisa e será aquilo que ele fizer si mesmo. Assim, não existe natureza humana, já que não existe um Deus para concebê-la. O homem é tão somente, não apenas como ele se concebe, mas também como ele se quer; como ele se concebe após a existência, como ele se quer após esse impulso para a existência. O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo: é esse o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que chamamos de subjetividade: a subjetividade de que nos acusam. Porém, nada mais queremos dizer senão que a dignidade do homem é maior do que a da pedra ou mesmo a da mesa. Pois queremos dizer que o homem, antes de mais nada existe, ou seja, o homem é, antes de mais nada, aquilo que se projeta num futuro, e que tem consciência de estar se projetando no futuro. De início, o homem é um projeto que se vive a si mesmo subjetivamente ao invés de musgo, podridão ou couve-flor; nada existe antes desse projeto; não há nenhuma inteligibilidade no céu, e o homem será apenas o que ele projetou ser.


SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Traduções de Rita Correa Guedes, Luiz Roberto Salinas Fortes, Bento Prado Júnior. São Paulo: Abril Cultural, 1984 (Os pensadores)


Comentário do blog:
"Quando muitos homens estão juntos, é preciso separá-los pelos ritos, senão matam-se uns aos outros."

                                                                               Jean-Paul Sartre 
A filosofia sartreana é em primeiro lugar um choque para os crêem em Deus e um absurdo para os que não crêem. Parafraseando o que Paulo de Tarso diz em sua epístola aos Coríntios: “nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos”. (I Co 1.23). Jamais Sartre pretenderia basear sua filosofia numa doutrina religiosa para provar a existência ou não existência de Deus. Mas o que claramente fala o filósofo em relação à Deus e o homem é simples: se Deus não existe, logo, no homem não há uma essência anterior à sua existência, em outras palavras, enquanto o homem não se definir tal qual ele é apenas um projeto humano. Em Sartre, nem no homem e nem em Deus existe uma essência anterior a uma existência. Agora como o homem adquire sua existência para posteriormente revelar sua essência? Imagine uma criança mais ou menos antes dos sete anos. Pois segundo a psicologia é somente após os sete anos de vida é que ela desenvolve seu raciocínio de discernimento em relação as suas escolhas, ou seja, a criança nesse estágio pode ser "dona de seu livre-arbítrio" fazendo suas escolhas. Aqui é quando o homem passa a ter uma existência. E com suas escolhas se define e só então aparece sua essência. E o que Sartre diria quando essa criança nasce e nela não há nenhum livre-arbítrio? Ela não é nada. Em outras palavras, ela não existe. 


Se admitirmos que há uma existência de um ser maior que o homem, ou seja, Deus, então temos que admitir "em essência" que o homem também existe. Isto seria contraditório, pois tendo o homem uma essência, potencialmente ele existiria antes de existir atualmente. Se somente Deus é eterno, também o homem o seria. E isto, para Sartre, seria um absurdo. Em suma, só passamos a existir quando de fato sabemos fazer nossas escolhas. E Sartre vai mais além, se escolho ser por exemplo, um bandido, então escolho toda humanidade junto para esse fim. Se escolho ser um pacificador, também escolho toda a humanidade. Em fim, somos aquilo que escolhemos e nada mais. Ao nascermos, não somos nada. Por isso a filosofia sartreana é considerada existencialista.








sábado, 2 de julho de 2011

O ANTI-SEMITISMO - UMA IDEOLOGIA QUE MARCOU A 2º GUERRA

O termo foi utilizado pela primeira vez em 1873 pelo escritor anti-semita Wilhelm Marr. Usado como um eufemismo da palavra alemã "Judenhass" que significa "ódio aos judeus". Se formos levar tal palavra ao pé da letra, o termo seria errôneo pelo fato de os árabes também serem "semitas" por sua vez descendentes de Sem filho de Noé. No entanto a palavra refere-se unicamente aos judeus. Essa ideologia teve uma forte aceitação antes mesmo das duas guerras do início do século XX.
“A espada deles se tornará nosso arado, e das lágrimas da guerra o alimento para as futuras gerações crescerá.”
( Hitler )
A palavra anti-semitismo significa preconceito contra ou ódio aos judeus. O Holocausto é o exemplo mais radical de anti-semitismo na história. Apoiados pelo governo, os nazistas alemães e seus colaboradores perseguiram e exterminaram 2/3 dos judeus da Europa entre 1933 e 1945. Em 1879, o jornalista Alemão Wilhelm Marr criou o termo anti-semitismo, que significa ódio contra judeus, e também a não-aceitação de tendências liberais e cosmopolitas da política internacional dos séculos 18 e 19, muitas vezes associadas à imagem dos judeus. As tendências atacadas pelos nazistas abrangiam a igualdade de direitos civis entre os cidadãos de um país, a democracia constitucional, o livre comércio, o socialismo, o capitalismo financeiro, e o pacifismo.


A existência de um ódio específico dirigido contra os judeus antecede a era moderna e a criação do próprio termo anti-semitismo. Entre suas manifestações mais comuns e destrutivas, estão os pogroms, palavra russa que descreve os grandes ataques de violência contra os israelitas, muitas vezes apoiados por autoridades governamentais. Os pogroms eram normalmente provocados por “libelos de sangue”, falsos rumores de que os judeus usavam o sangue de crianças cristãs em seus rituais.
"Em tempo de paz convém ao homem serenidade e humildade; mas quando estoura a guerra deve agir como um tigre!"

                                                                 William Shakespeare


Na era moderna, entre 1870 e o final do século 19, os anti-semitas adicionaram uma dimensão política à sua ideologia de ódio, criando partidos políticos anti-judaicos na Alemanha, França e Áustria. Publicações fraudulentas, como “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, deram legitimidade e apoio a falsas teorias de uma conspiração judaica mundial. Deve-se enfatizar que um forte componente do anti-semitismo político é o nacionalismo exacerbado, cujos adeptos muitas vezes acusam, através das mais variadas mentiras, os judeus de não serem cidadãos leais a seus países.


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