HISTÓRIA E FILOSOFIA

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

VENEZUELA: CÂNCER E CRISE

"Existem dois tipos de pessoas no mundo. As que amam o poder e as que têm o poder de amar."     ...isso não saiu de Hugo Chávez, certo?




O que há por trás de toda esta situação política na Venezuela não é outra coisa senão a terrível perda pelo poder. Esse poder político atrelado ao poder econômico que sempre andam de mão dadas torna-se mais perigoso quanto mais centralizado. E quanto mais o homem o deseja, mais dele tem necessidade. É como um caminho sem volta. Alguém já viu um Mao Tse Tung voltar ao ostracismo? Ou um tipo Adolf Hitler?

Hugo Chávez sabe que se sair bem dessa que, aliás, duvido que saia, porque veja bem, só pelo fato de está amparado pela melhor medicina do mundo e ainda corre sérios riscos de morte, diante disso, podemos imaginar a gravidade do problema, ou não? Mas quem se encontrar na posição de um político como Chávez, que detém nas mãos uma nação rica em petróleo, sabe que pode enfrentar qualquer abalo econômico, isto em detrimento de uma nação ingênua como é qualquer povo que ainda prefere a velha política do “pão e circo”, inclusive no Brasil.

Cuba morre de velha. Venezuela de câncer. O que as duas nações têm em comum? Duas ideias semelhantes e caducas. O que as diferenciam? Pobreza. Mas sua pobreza não está em recursos naturais, ela é do povo nas duas nações. A riqueza é de poucos em uma e só um pouquinho na outra. Fidel Castro não tem câncer, mas deixará uma chaga mortal no povo cubano que já persiste por mais de meio século. Hugo Chávez não deixará o poder, mas o poder lhe deixará. Apenas com uma diferença: seus correligionários irão enfrentar uma oposição sedenta de liberdade e também de poder.

O ciclo sempre irá se repetir assim como em outras épocas na antiga Roma. Como o grande Cézar que deliberava contra o senado ao voltar das Gáleas só para depois favorecer a classe pobre com “pão e circo”. Não existe democracia na atualidade. Somente houve no passado quando na Grécia Antiga os cidadãos decidiam os rumos da polis grega. Jacques Rousseu estava certo quando diz em sua obra O Pacto Social que os súditos do Estado nomeiam representantes para ir às assembléias e pagam soldados para defender a pátria, isto só fazem por preguiça e acomodação. Eis o Estado moderno.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A VONTADE GERAL E A VONTADE DE TODOS

"Apenas quando uma vontade desperta no homem o desejo de conquista, e tão logo ele consiga, procura-se substituir tal desejo por outro desconhecido. Eis a eterna força que impulsiona a humanidade para seus desejos"

Jander Lopes

Um dos grandes pensadores do período da filosofia moderna que influenciou o mundo político de sua época foi Rousseau. Muitas ideias sobre o Estado moderno foram concebidas de uma de suas maiores obras: O Contrato Social. Nela há grandes questionamentos, alguns respondidos e outros para fazermos responder e refletir. Estou me referindo a uma questão em que o filósofo faz uma distinção entre vontade geral e vontade de todos. Podemos encontrar esses termos no segundo livro do capítulo III onde Rousseau faz a seguinte distinção: 

Via de regra, há muita diferença entre a vontade de todos e a vontade geral; esta se refere somente ao interesse comum, enquanto a outra diz respeito ao direito privado, nada mais sendo que uma soma das vontades particulares. Quando, porém, se retiram dessas mesmas vontades os mais e os menos que se destroem mutuamente, resta, como somas das diferenças, a vontade geral. Rousseau, J Jacques, O Contrato Social, Livro II,Cap.III.
Maquiavel, fingindo dar lições aos Príncipes, deu grandes lições ao povo.

(Rousseau)

Diante disso, façamos a seguinte pergunta: quando vamos escolher nossos representantes, o que realmente prevalece, a vontade de todos ou a vontade geral? A vontade de todos é aquela em que cada um busca os seus interesses particulares, enquanto a vontade geral busca o bem comum. Nesse ponto, o filósofo ainda é atualíssimo, esses dois conceitos estão presentes no nosso dia-dia e nem percebemos quando 99% optamos sempre pela vontade de todos. 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

SÃO PAULO - A VIÚVA SOLITÁRIA

Tu és o avesso do avesso do avesso...

Caetano Veloso

Certa vez estava eu fazendo uma leitura da Bíblia sem nenhum compromisso de busca por algo fantástico ou revelador, e me deparei logo de cara com o primeiro capítulo e primeiro versículo do  livro das Lamentações que dizia o seguinte "Como está sentada solitária aquela cidade, antes tão populosa! Tornou-se como viúva, a que era grande entre as nações! A que era princesa entre as províncias , tornou-se tributária!"  

Se isto foi uma metáfora como muitas outras, ela pode também ser aplicada aos tempos posterior ao tempo de seu autor, Jeremias. E por que não nos tempos modernos? E por que não fazer referência a Nova York ou São Paulo? Bom, pelo menos populosas elas são. E solitária? Talvez pelo fato de muita gente está ficando cheio da "cidade grande" como era chamada a um tempo atrás não muito distante. Mas quando analisamos pelos noticiários, podemos perceber que a cada dia ou ano, um retrocesso de migração que antes fazia parte do nosso cenário rural, agora está tomando outra perspectiva. E que venham todos!!!!