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Não mais falamos de processos nem de equipamentos, e sim de ética, moral, disciplina e postura. Jander Lopes |
"Você vai filosofar onde?". Perguntou-me certa vez um amigo quando lhe disse que pretendia fazer uma faculdade de filosofia. Mas não fiquei surpreso com tal pergunta. Simplesmente porque a suposta "inutilidade" dessas ciências é que causa a admiração das pessoas quando se trata de um currículo acadêmico como história, sociologia, teologia e mais ainda como filosofia. Sabemos hoje em dia que o utilitarismo impera em qualquer segmento social, ou seja, só tem valor aquilo cuja ação tenha um retorno imediato e prático seja ele financeiro, afetivo, espiritual, político, religioso, etc.
No mercado de trabalho, as empresas estão investindo mais ainda na gestão de pessoas. Os processos se tornaram mais acessíveis e de fácil manipulação para o gestor, contudo, agora é hora de se preocupar com quem manipula tais processos, ou seja, as pessoas. No início do século XX as empresas ainda estavam se estruturando, já que a revolução industrial tinha apenas poucos decênios. Era necessário uma melhor técnica. Os meios necessitavam de mais manufatura e menos investimento nas pessoas. Sabendo disso entra em cena as ciências humanas. Agora é necessário psicólogos, sociólogos e até mesmo filósofos.
Mas afinal, o que um filósofo pode fazer para que uma empresa possa ter um melhor rendimento nas ações humanas? Pode um sujeito simplesmente discutir filosofia no trabalho e com isso fazer com que as atitudes das pessoas tenha uma mudança prática efetiva? Muitos gestores nem percebem, mas muitas ações ou modos de conversação que eles utilizam são originários dentro da filosofia. Sócrates fazia o que conhecemos na pedagogia como maiêutica socrática e que consiste em multiplicar as perguntas para obter, por indução as respostas, a origem de tal ação, decisão ou qualquer fato pertinente ao trabalho.
Vejam a ironia: ao fazer a pergunta, o meu amigo não sabia que estava dando para mim um subsídio para usar a filosofia, não só no trabalho, como também no cotidiano. Isso já foi tema de treinamento das equipes no meu trabalho. Nós nos reunimos mensalmente para fazer treinamentos e o uso da filosofia é frequente, para não dizer necessário, nos treinamentos das pessoas. Não mais falamos de processos nem de equipamentos, e sim de ética, moral, disciplina e postura.
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