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"Na obra de Michelangelo na capela Cistina, A Criação de Adão, um trabalho que representa o homem ligado à terra, mas com uma íntima ligação com o Criador" |
“Quem comigo não ajunta, espalha. (Lc 11:23)” São cinco palavras que
juntas dão um sentido aparentemente banal, porém, de uma lógica inquestionável. Mas
por que o Cristo em sua grande sabedoria disse palavras tão simples e com um
sentido tão singelo? Quem não leu essa sentença nas entrelinhas dos Evangelhos
jamais irá acreditar que tenha vindo de um homem que proferia grandes adágios. Mas o Messias tinha razão. Nós somos dispersivos. Não buscamos nunca
uma unidade. Buscamos a separação de tudo. Até porque, segundo a ciência, para compreender o todo
devemos estudar suas partes. Segundo a física, a força centrífuga mantém os
objetos fora do centro. E é assim que o homem se comporta diante das coisas em
que ele se relaciona.
Na parábola do filho pródigo, há um claro exemplo dessa
dispersividade. O filho sai da casa paterna onde estava a sua unidade e sai
para o mundo que são os fragmentos da vida. A primeira solicitação feita pelo filho ao pai: pede a seu
pai a sua natureza (que muitos traduziram por herança). O pai nem se quer
aconselha ao filho a não fazer o que estava fazendo; e entrega o que lhe é
devido. Depois, começa uma epopeia para o retorno à sua casa de origem. Aí está o reflexo de toda humanidade. Representada apenas numa
das mais belas parábolas.
Por isso estamos no momento mais inquietante da
vida terrena. Nosso retorno para a casa paterna, teologicamente falando, ou em busca de uma unidade, segundo outras perspectivas religiosas, é uma
verdadeira via sacra. Estamos em algumas vezes, desejando nos alimentar de comida de
porcos, como fez o protagonista da parábola. Estamos sempre desejando o que é sobra para tentar sobreviver como
fazia o filho pródigo. Às vezes nos deparamos com mercenários. Não o próximo
como o tal, mas percebendo que somos nós mesmos esse corruptores de nossas qualidades.
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