HISTÓRIA E FILOSOFIA

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A FILOSOFIA É TERRA DE NINGUÉM

"Os filósofos são mais anatomistas que os médicos: dissecam, mas não curam."

                                                                                      (Antoine Rivarol)


Cada filósofo para ter notoriedade deve em primeiro lugar desenvolver algo original. É o que fizeram os pré-socráticos que explicavam o mundo e seus fenômenos. Mas eles explicavam não através do mito e sim pela razão ou discurso. A originalidade de Sócrates e Platão de procurar agora entender não o mundo, mas o homem, deu lugar a uma nova concepção filosófica que até hoje ainda é discutida com base em seus pensamentos. Depois veio Aristóteles que ordenou os conceitos pelas categorias. Inseriu em sua filosofia e analisou dez tipos de predicados ou gêneros do ser (κατηγορια significa justamente predicado). As categorias são: quantidade, qualidade, relação, lugar, tempo, estado, hábito, ação e paixão. Algumas vezes, as categorias são também chamadas de classes. E daí em diante a filosofia começa a se ramificar em outras questões. O conhecimento das categorias deve resultar em uma maior capacidade de análise e interpretação de elementos e argumentos do discurso proporcionando uma melhor compreensão dos conceitos. 


Para a filosofia, contudo, o helenismo marcou o surgimento de um novo período: a filosofia helenística (cujo início é tradicionalmente associado com a morte de Alexandre, em 323 a.C.). Várias escolas filosóficas surgiram nesse período, sendo as principais escolas: os estóicos, epicureus e ceticismo que iriam influenciar outros pensadores também na Idade Média. Nesse período em toda Idade Média a problemática estabelecida pela filosofia é Deus. Com o fim do Império Romano do ocidente e o fechamento das escolas filosóficas consideradas pagãs pela Igreja, agora dão lugar aos mosteiros. A Igreja passa a ter o monopólio do saber com os monges copistas reescrevendo os textos antigos. 


Santo Agostinho nasceu em Tagasta, cidade da Numídia, de uma família burguesa, a 13 de novembro do ano 354. Seu pai, Patrício, era pagão, recebido o batismo pouco antes de morrer; sua mãe, Mônica, pelo contrário, era uma cristã fervorosa, e exercia sobre o filho uma notável influência religiosa. Considera a filosofia praticamente, platônica, como solucionadora do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central está portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da vida.