HISTÓRIA E FILOSOFIA

sábado, 1 de dezembro de 2012

A DOENÇA NO HOMEM MORAL

Você será avarento se conviver com homens mesquinhos e avarentos. Será vaidoso se conviver com homens arrogantes. Jamais se livrará da crueldade se compartilhar sua casa com um torturador. Alimentará sua luxúria confraternizando-se com os adúlteros. Se quer se livrar de seus vícios, mantenha-se afastado do exemplo dos viciados. 

 Lucius Annaeus Seneca 4a.C.- 65d.C.


Desde que se tem conhecimento das características das primeiras civilizações, os fatos que mais se destacam é o avanço da técnica que os primeiros hominídeos realizaram para a sua própria conservação e proteção contra as vicissitudes da natureza. A trajetória do homem em sua evolução rumo a uma possível "paz perpétua" no dizer de Immanuel Kant, só tem demonstrado que a tecnologia caminha a passos largos enquanto que a moral tem o seu contrário.

Durante muito tempo a doença teve sua importância assim como a guerra desenvolveu seu papel no desenvolvimento do próprio homem. Evidentemente que apenas a doença em si mesma não provoca nada no homem a não ser sua função prática, ou seja, a morte do indivíduo. Mas o que decorre então é que toda moléstia é uma espécie de catalisador das funções cognitivas do homem. O homem para superar determinado problema de saúde, tem ele que desenvolver ciência para desestabilizar o progresso de uma achaque provocada por um vírus ou bactéria.

Na Bíblia Sagrada encontramos exemplos de várias doenças que tinham sua função de mostrar ao homem sua queda moral. Ela simbolizava a ira de Deus ou o pecado do homem decorrente de sua desobediência. A mais conhecida delas e talvez a mais citada é a lepra ou como é conhecida hoje em dia por hanseníase. O próprio Moisés foi acometido de lepra como ele mesmo conta que foi um sinal do poder de Deus. Até sua própria irmã, Miriam foi vítima. E o caso famoso de Naamã? Isto para não citar os inúmeros exemplos no Novo Testamento.

E hoje, o que temos como substituta da moléstia bíblica? Qual doença aflige o homem contemporâneo? E sua ciência deu conta das antigas? Sabemos hoje que o câncer; a tuberculose; a meningite; o HIV e tantas outras ainda perturba a conservação do homem. Ainda não temos como banir essas moléstias de nosso meio. Até porque a maior delas e talvez a mais sutil é a doença moral. O homem jamais será perfeito. Nem que crie um lugar em suas ideias que reserve-o para o porvir. E se não consegue seu mundo ideal ele faz de sua vida terrena um inferno.

Por: Jander Lopes