HISTÓRIA E FILOSOFIA

sábado, 14 de julho de 2012

ECOLÓGICO E POLITICAMENTE CORRETO?

Marx Horkheimer
Em sua obra "O Eclipse da Razão" Horkheimer retoma aqui o conceito freudiano de
civilização como repressão das exigências dos instintos humanos, ligando-o ao processo histórico da sociedade burguesa que visa a dominação da natureza, para minar a ideia de progresso e a tese iluminista do desencantamento do mundo: «Dado que a subjugação da natureza, dentro e fora do homem, prossegue sem um motivo significativo, a natureza não é efectivamente transcendida ou reconciliada, mas simplesmente reprimida».

Podemos classificar bem resumidamente o tempo que consolidou a formação dos meios de produção que se destacaram, desde o início da Revolução Industrial no início do século XVIII, até a primeira metade do século XX em três pequenos estágios para uma simples compreensão de sua evolução para, posteriormente, entender o que vem a ser de fato o termo "ecologicamente correto". Hoje é bem comum seu uso, sendo empregado de todas as maneiras pelas mais diversas categorias sociais. 

Certamente que em sua primeira fase da revolução industrial, os meios de produção estavam totalmente voltados para o extrativismo natural, como por exemplo, carvão mineral, madeira, ferro, etc. Quando as máquinas demonstraram seu poder operacional, o homem, mais espantado do que satisfeito por ter descoberto a força do vapor e deixando de lado a força dos músculos, entendeu que mais ainda ele deveria extrair elementos que suprisse  suas máquinas, antes manual, agora auto-motivas. Esse fenômeno de transformação industrial, desencadeou várias mudanças em diversas áreas populacionais. Enquanto continentes inteiros caminhavam para um retrocesso evolucional, outros, principalmente como a Europa, caminhavam para uma elevação tecnológica onde mais tarde, os efeitos colaterais dessa nova forma produtiva, levaria muitas pessoas a uma pobreza extrema. Nesse sentido, o rico se tornaria mais rico e para sustentar seu novo padrão, tanto precisaria de novos e mais recursos naturais, como também força humana capaz de manusear uma linha de produção inteira. 
Karl Marx
"Ao servirem de meios de produção em novos processos de trabalho perdem os produtos o caráter de produto. Funcionam apenas como fatores materiais desses processos. O fiandeiro vê no fuso apenas o meio de trabalho, e na fibra de linho apenas a matéria que fia, objeto de trabalho. Por certo, é impossível a fiação sem material para fiar e sem fuso. Pressupõe-se a existência desses produtos para que tenha início a fiação. Mas, dentro desse processo ninguém se preocupa com o fato de a fibra de linho e o fuso serem produtos de trabalho anterior, do mesmo modo que é indiferente ao processo digestivo que o pão seja produto dos trabalhos anteriores do triticultor, do moleiro, do padeiro etc. Ao contrário, é através dos defeitos que os meios de produção utilizados no processo de trabalho fazem valer sua condição de produtos de trabalho anterior. Uma faca que não corta, o fio que se quebra etc. lembram logo o cuteleiro 
e o fiandeiro B. No produto normal desaparece o trabalho anterior que lhe imprimiu as qualidades úteis". (O Capital Vol.1 - Parte III, cap. VII, Seção 1)

Daí pra frente, adeus à ecologia! Esqueçamos as matérias-primas naturais, arranquemos toda força da terra, o progresso está aí, etc, etc. Agora estamos mais moderados com esses discursos insensatos. Pensemos nas novas alternativas, energias renováveis, chega de poluição, e por aí vai. Agora o título que todos usam é: ecologicamente correto. Mais ou menos uma mistura de eticidade e espiritualidade. E daí em diante, tudo se torna "...mente correto."