Tenho certeza que o Brasil ainda sofre os resquícios da Ditadura Militar. Principalmente quando o assunto é política e educação. Uma fortalece a outra, ou seja, na medida em que uma se eleva, a outra também evolui. Já dizia Bertolt Brecht:
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Com isso realmente ainda vemos pessoas que são "peritos" em assuntos políticos e que nada dizem quando de fato querem dizer. Mas a Ditadura Militar quando agia, fazia em detrimento da própria política. No dia 31 de março de 1964, tropas de Minas Gerais e São Paulo saem às ruas. Para evitar uma guerra civil, Jango deixa o país refugiando-se no Uruguai. Os militares tomam o poder. Em 9 de abril, é decretado o Ato Institucional Número 1 (AI-1). Este, cassa mandatos políticos de opositores ao regime militar e tira a estabilidade de funcionários públicos. Daí em diante foram os 20 anos de absoluta abstinência política. No dia 13 de dezembro de 1968, o governo decreta o Ato Institucional Número 5 ( AI-5 ). Este foi o mais duro do governo militar, pois aposentou juízes, cassou mandatos, acabou com as garantias do habeas-corpus e aumentou a repressão militar e policial.
Após a Ditadura Militar, aconteceu uma abertura política. O povo passou a votar. Mas perdeu esse hábito. O primeiro presidente eleito pelo voto direto foi uma decepção. Daí em diante, aliás, ainda procura-se uma alternativa para o melhor crescimento do país. Com a abertura política, o Brasil recolhe os pedaços da democracia que ainda não existe.