HISTÓRIA E FILOSOFIA

terça-feira, 3 de abril de 2012

SEMANA SANTA - UM ROTEIRO MÍSTICO OU UMA TRADIÇÃO CULTURAL?


A Semana Santa dentro da cronologia histórica teve sua mais profunda força durante a Idade Média para afirma o cristianismo e negar o paganismo cultural de Roma. Hoje, o que mais parecia uma representação para justificar uma figura mítica de um Cristo crucificado tem hoje uma conotação quase sem sentido para muitos.

Existe realmente algo de místico nesse período? Ou é apenas uma tentativa de relembrar a paixão representada por um simples galileu que vivia, a princípio, no anonimato de uma província insignificante de Roma? Ou era apenas uma forma de manter uma estrutura política- religiosa antes dominante e hoje enfraquecida? Onde realmente podemos encontrar um sentido para tão grande místicismo para uns, ou uma simples lembrança para alguns e até mesmo profana para outros? Se fizermos uma ligação entre o que é sagrado e o profano, sempre teremos uma representação da realidade. Aliás, toda religião para ter sentido deve necessariamente recorrer aos símbolos e metáforas. O próprio Cristo formulou toda sua doutrina recorrendo ao símbolo material para representar o simbolizado espiritual, no dizer de Huberto Rohden (1893-1981). Com isso, todo o cristianismo em sua pureza estava permeado de símbolos e metáforas. Até mesmo deu lugar para as superstições, como é o caso da sexta-feira 13. Isto se deu pelo fato da noite de sexta-feira, o Cristo estava com os doze (12+1=13), então sucederam-se todos os fatos que o levou à todos os impropérios, como por exemplo, traição, fuga dos discípulos, negação, prisão e por fim a morte do Salvador.

A riqueza e beleza que há por trás de tão grande simbolismo deveria serem mais instigados pela Igreja. Vejamos a beleza que tem o hinduísmo, com  toda sua infinidade de deuses, eles são, nesse ponto, bem mais "zelosos" com seus símbolos e parábolas. 

Um fato bem curioso na simbologia dos evangelhos é o episódio do Cristo com Barrabás. Saiba que a palavra de origem aramaica Barrabás, significa literalmente filho do pai, Bar=filho e Abbas= pai. Então, podemos dizer que Pilatos ao perguntar quem o povo soltaria, se Jesus ou Barrabás, na verdade o povo não teria escolha, pois simbolicamente Barrabás também seria o filho do Pai e consequentemente o filho sempre seria crucificado