HISTÓRIA E FILOSOFIA

sábado, 1 de fevereiro de 2014

NÃO SOU CONTRA O DÍZIMO, SÓ NÃO CONCORDO COM A FORMA DE ARRECADAR E INVESTIR

"As religiões dizem que o diabo é o dinheiro. Mas quer ver o diabo é ficar sem dinheiro"

A aquisição de renda por parte de igrejas é um fator de extrema importância para realização de suas atividades inerentes ao seu corpo administrativo. Não sou contra o dízimo, porém, a forma pela qual ele é arrecadado e como é investido é que não pode ser concebido nos dias de hoje. Evidentemente que isto é ser contra, não com o que as igrejas ensinam, e sim, contra um preceito bíblico.

É preciso que as igrejas acompanhem as mudanças do mundo. Já houve revolução científica, industrial e agora tecnológica e as igrejas estagnaram diante dos textos bíblicos. Paulo de Tarso na segunda carta aos Coríntios capítulo 3 versículo 6 diz, a letra mata, mas o Espírito vivifica. Por tanto prender-se a regra pode ser algo perigoso. Quantos concílios foram necessários para afirmarem em nome de Deus que um herege fosse queimado na fogueira? Quantos foram os decretos, editos, bulas papais, etc., para mudar aquilo que a bíblia diz em detrimento de um grupo de pessoas? As mudanças são necessárias e fazem bem até para a subsistência da instituição. As igrejas evangélicas têm seu principal dogma inquestionável: a salvação do homem pela remissão de pecados através de Cristo. Porém, o dízimo como forma de sacrifício em relação a Deus é o mais enfatizado. Sua forma de entrega ainda é aquela de Abel no Velho Testamento: a entrega das primícias daquilo que não é nosso para agradar a um deus irascível. 

Em primeiro lugar, o pagamento do dízimo não é uma imposição, e sim, um ato voluntário. E ele não é exclusividade do cristianismo, mas também de todas as religiões que tenham uma estrutura organizacional. Há religiões em que esse ato é tão voluntário, como no hinduísmo, que nem mesmo o dizimista é capaz de entregar dinheiro. O guru ou mestre não precisa dele. Vive apenas de alimentos para a manutenção de seu corpo que para o hindu esse é o verdadeiro templo. Mas para justificar esta obrigação, os chamados especialistas em interpretações bíblicas fazem uma confusão entre dízimo, oferta, tributos, etc., e confundem a cabeça de pessoas sem informação.

Outro fator importante é quanto ao seu investimento. Não seria necessário a criação de vários templos. A Igreja católica, com sua grandeza, não tem vários templos, e sim, templos grandes. Ela não preza pela a estrutura objetiva, e sim, pelo corpo subjetivo de seus verdadeiros e mais importantes assuntos para manter o fiel ligado à instituição. É bem verdade que muitos dirão: por isso, (a falta de muitos templos) ela vem perdendo fiéis. Mas não é verdade, o que falta não é edifícios, e sim edificadores ou a ação pastoral na comunidade. Por tanto, o investimento não deveria ser em primeiro lugar no templo, e sim, no pregador ou dirigente e este na formação dos fiéis. Ultimamente tem-se mudado o adágio popular de tempo é dinheiro para templo é dinheiro. Isso não foi à toa, é apenas o reflexo de como o dinheiro se tornou mais importante do que o fiel.