HISTÓRIA E FILOSOFIA

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O TEMPO - ENTRE TER E ADMINISTRAR


O HOMEM É O ÚNICO ANIMAL A TER NOÇÃO DE TEMPO E AO MESMO TEMPO SER ESCRAVO DE SUA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA CRONOLÓGICA
Dizem que a invenção do relógio, além de poder programar melhor nosso tempo, não foi um mero ato de necessidade, e sim um início de sujeição para o próprio homem. Para entender melhor, devemos como ponto de partida, nos remeter à meados do século XVIII, ou mais precisamente no século XIX quando todo processo industrial se espalhou pelo mundo e tomou a forma de estruturas padronizadas de máquinas, processos e principalmente tempo. Pois bem, se por um lado o progresso trouxe conforto, segurança, longevidade e outros fatores de bem-estar, por outro, a qualidade de vida ainda é questionável. Foi principalmente com o advento da luz elétrica, e  a maneira como o homem passou a utilizá-la, que esta começou a interferir no meio em que ele vive. A indústria passou a tomar para si, parte da noite e mais trabalhadores eram necessários para atingir uma produção que crescia à medida que se consumia.


Aristóteles, na Física, colocava alguns problemas à existência do tempo. Para ele, o tempo não poderia existir, já que nenhuma das suas partes existe. O instante presente, por não ter duração precisa, o passado já aconteceu e o futuro ainda não é.

Somos programados cronológicamente para tudo. Na saúde, um minuto nos separa da morte. No trabalho um minuto pode comprometer nossa reputação profissional. No trânsito um minuto pode custar uma vida. No relacionamento uma hora pode causar descontentamento, e assim por diante. A hora é sacralizada: a hora do futebol, da novela, filme, programa, etc.  E mais, tempo é dinheiro. Essa junção de obtenção do capital aliada ao tempo é a condição favorável para um homem destituído de sentido. Como afirma o filósofo Chesterton "Outrora, havia o homem perdido o seu caminho - hoje, porém, ele perdeu seu próprio endereço".