HISTÓRIA E FILOSOFIA

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

PRAZER E CONSUMO

As palavras nos permitiram elevar-nos acima dos animais; mas é também pelas palavras que não raro descemos ao nível de seres demoníacos. Aldous Huxley 

"Vejo o melhor, e aprovo; mas sigo o pior".
Ovídio, 43-17 d. C, escritor romano.
É com essa pequena citação que quero entender o que realmente o homem anda à procura. Será uma fuga de alguma incerteza? Uma forma de não querer entender a realidade? Mas afinal, o que é a realidade? Seria a felicidade uma realidade atingível? Bem falou verdadeiramente o filósofo Blaise Pascal (1623-1662), quando afirmava que todos os homens buscam a felicidade, inclusive os que vão se enforcar. Isso é muito radical mas soa como uma verdade inegável.

Hoje, o consumo está profundamente ligado ao imediatismo e à efemeridade das coisas. Durante muito tempo na história da humanidade, desde que procurou fazer uma investigação de sua existência, o homem a cada dia deixa de lado as questões voltadas para a subjetividade tais como, amor, felicidade, cordialidade, etc.

Algumas pessoas chegam ao absurdo de não mais consertar um objeto quando está quebrado, mas, é melhor, dizem alguns, comprar um novo. Não podemos desprezar os bens materiais, eles são importantes, como afirma Booker Washington (1856-1915), a raça humana não pode prosperar enquanto não aprender que há tanta dignidade em cultivar campos quanto em escrever um poema


A indústria cultural nas palavras do próprio Adorno “impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidir conscientemente”. O próprio ócio do homem é utilizado pela indústria cultural com o fito de mecanizá-lo, de tal modo que, sob o capital capitalismo, em suas formas mais avançadas, a diversão e o lazer tornam-se um prolongamento do trabalho. Para Adorno, a diversão é buscada pelos que desejam esquivar-se ao processo de trabalho mecanizado para colocar-se, novamente, em condições de se submeterem a ele. A mecanização conquistou tamanho poder sobre o homem, durante o tempo livre, e sobre sua felicidade, determinando tão completamente a fabricação dos produtos para a distração, que o homem não tem acesso senão a cópias e reproduções do próprio trabalho.

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