HISTÓRIA E FILOSOFIA

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

FUTEBOL TV E CIRCO

"O homem é tão bem manipulado e ideologizado que até mesmo o seu lazer se torna uma extensão do trabalho".

                                  Theodor W. Adorno (1903-1969)


O Brasil é o país do futebol!
Essa é uma frase conhecida pelo menos por quase todos brasileiros. Por mais que tenha alguém  que não goste de futebol, mesmo assim isto soa como quase uma sentença. Mas de fato o que realmente isso contribui para o país? Em que aspecto positivo podemos destacar? Evidentemente que em matéria pedagógica pode ser bem trabalhado no campo da educação física, no meio social familiar ou com amigos num dia de feriado e por aí vai. Mas pensando no panorama que abrange uma sociedade ligada ao consumismo subordinada a uma cultura alienada, ou melhor, uma indústria cultural, como diziam os frankfurtianos, podemos dizer que existe um interesse de grupos que, de um lado realizam política, e do outro "amarram" essa classe futebolística (entenda isso que nem todos que gosta de futebol são pessoas alienadas), alguns são verdadeiros cães selvagens que vão a estádios com um espírito beligerante e não têm nenhum escrúpulo e respeito para quem quer realmente prestigiar uma bela partida.

Theodor Adorno, filósofo e sociólogo alemão, projetou-se como um dos críticos mais ácidos dos modernos meios de comunicação de massa


TELEVISÃO E FORMAÇÃO
Em primeiro lugar, compreendo "televisão como ideologia" simplesmente como o que pode ser verificado, sobretudo nas representações televisivas norte-americanas, cuja influência entre nós é grande, ou seja, a tentativa de incutir nas pessoas uma falsa consciência e um ocultamento da realidade.


O escutado não tem conseqüências para ele que pode apenas acenar com a cabeça para que o soltem, porém tarde demais: os companheiros, que não podem escutar, sabem apenas do perigo do canto, não da sua beleza, e deixam-no atado ao mastro para salvar a ele e a si próprios. Eles reproduzem a vida do opressor ao mesmo tempo que a sua própria vida e ele não pode mais fugir a seu papel social. Os vínculos pelos quais ele é irrevogavelmente acorrentado à práxis ao mesmo tempo guardam as sereias à distância da práxis: sua tentação é neutralizada em puro objeto de contemplação, em arte. O acorrentado assiste a um concerto escutando imóvel, como fará o público de um concerto, e seu grito apaixonado pela liberação perde-se num aplauso. Assim o prazer artístico e o trabalho manual se separam na despedida do antemundo. A epopéia já contém a teoria correta. Os bens culturais estão em exata correlação com o trabalho comandado e os dois se fundamentam na inelutável coação à dominação social sobre a natureza (ADORNO & HORKHEIMER, 1997:45).